A colaboração com outras entidades surge com o intuito de partilhar ideias e conhecimento, unindo
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Saídas científicas RAAlg & Ocean Vibes
Resgate de uma tartaruga-de-couro ao largo da Ilha do Farol
Ao fim da tarde do dia 7 de junho, a passada sexta-feira, recebemos um alerta da Polícia Marítima de
𝗘𝗱𝘂𝗰𝗮çã𝗼 𝗔𝗺𝗯𝗶𝗲𝗻𝘁𝗮𝗹 𝗲 𝗟𝗶𝘁𝗲𝗿𝗮𝗰𝗶𝗮 𝗱𝗼𝘀 𝗼𝗰𝗲𝗮𝗻𝗼𝘀
Além da resposta a arrojamentos mortos, outra das tarefas atribuídas à nossa equipa é a realização
Outras notícias
Estados de decomposição dos animais arrojados
Os animais arrojados, podem encontrar-se vivos ou mortos. No caso dos mortos, tanto cetáceos como tartarugas-marinhas, estes podem apresentar diferentes estados de decomposição, o que pode condicionar a sua análise e amostragem, assim como impossibilitar a determinação da causa de morte. O nível de decomposição pode ser classificado em 5 estados diferentes de decomposição gradual:
Estado 1 - Muito fresco: Pouco tempo após a morte, o corpo do animal está relativamente intacto.
Estado 2 - Fresco: Apesar das evidências de uma morte recente podem já ser visíveis algumas alterações como algum inchaço do cadáver (resultante dos gases de decomposição) e ainda algumas marcas de predação distintas e facilmente identificáveis (ex: tubarões e aves marinhas, entre outros).
Estado 3 - Decomposição moderada: Fase marcada pelo início da decomposição dos tecidos. As bactérias e outros microrganismos começam a romper os tecidos do corpo, resultando um cheiro forte e característico. Partes do corpo, tal como a epiderme, barbatanas e cavidade oral podem começar a desintegrar-se.
Estado 4 - Decomposição avançada: Nesta fase, grande parte dos tecidos moles já foi decomposta e o esqueleto está mais exposto.
Estado 5 - Restos ósseos/ Esqueleto mumificado: Fase final do processo de decomposição do qual restam principalmente os ossos. Partes do esqueleto podem dispersar, podendo o mesmo estar incompleto.
A taxa de decomposição e a duração de cada um dos estados podem variar dependendo de fatores ambientais ao longo do seu percurso na água, bem como do tempo de permanência em terra, até a sua deteção. Entre estas variáveis podemos destacar a temperatura da água e do ar, a humidade, e a presença ou não de predadores (na água e em terra) de acordo com a localização do cadáver. Como tal, o tempo decorrido entre a morte do animal e arrojamento do corpo não pode, na maioria das vezes, ser determinado com precisão.
Workshop RAAlg - ARROJAL /Análise de Conteúdos Estomacais de Cetáceos
A cooperação e partilha de conhecimentos entre redes regionais tem-se revelado uma mais-valia no desenvolvimento dos trabalhos afetos. As parcerias criadas visam juntar esforços e recursos para atingir um objetivo comum de forma mais dinâmica e interativa.
Ontem, dia 9 de novembro, recebemos nas instalações da RAAlg, parte da equipa da ARROJAL (Rede de Arrojamentos do Alentejo) para um workshop de Análise de Conteúdos Estomacais de Cetáceos.
Ao longo do dia tivemos a oportunidade de realizar, em conjunto, todo a protocolo de lavagem de um estômago de golfinho e triagem dos seus conteúdos para posterior identificação e quantificação das presas nele presentes. Por fim, abordámos a medição de ótolitos de peixe e bicos de cefalópodes, recorrendo à lupa binocular, e ainda, a forma como toda esta informação deve ser organizada para uma correta análise de resultados.
Gostaríamos de agradecer à Arrojal pela confiança e disponibilidade em colaborar connosco.
Análise de conteúdos estomacais de cetáceos
A análise do conteúdo estomacal de cetáceos visa entender a dieta, o comportamento alimentar, a ecologia e o papel destes mamíferos nos ecossistemas marinhos, sendo parte integrante do trabalho efetuado pela equipa da RAAlg.
Esta análise fornece informações valiosas sobre a relação entre os cetáceos e as suas presas, uma vez que o movimento e distribuição das presas influencia a deslocação e distribuição dos cetáceos às escalas espacial e temporal.
Os objetivos desta análise consistem na determinação da composição da dieta, através identificação das presas presentes nos conteúdos analisados. Permite-nos também avaliar a ocorrência de variações sazonais na dieta, o que ajuda a compreender as adaptações alimentares dos cetáceos, e ainda aferir acerca da saúde e bem-estar do animal avaliando a presença de poluentes (ex: resíduos de plástico), bem como de parasitas.
Após uma intensa lavagem e secagem de acordo com protocolos standard, todo o conteúdo passa por uma triagem na qual são selecionadas as “peças chave” para a identificação das presas, tais como alguns ossos específicos da cabeça, os otólitos dos peixes e os bicos dos cefalópodes. A análise é feita de forma macroscópica, por comparação, através da utilização de guias de identificação e de uma coleção de referência pré-existente. A mesma pode ser complementada com análises genéticas que permitem identificar o DNA das presas contidas nos conteúdos estomacais, testes estes que se encontram em processo e ainda em fase preliminar.