Ao final da tarde do passado domingo, dia 13/02, a equipa da RAAlg foi alertada para o arrojamento de uma tartaruga-comum (Caretta caretta), na Praia de Faro.
Tratava-se de um animal juvenil, sem qualquer indício externo que remetesse para a causa de morte. Após realização da necrópsia, esta revelou ser um animal que aparentava ser saudável, por ter em excelente condição física e com evidências de alimentação recente, concluindo-se assim que o animal terá morrido de forma traumática e repentina e com certeza de foro antropogénico.
A tartaruga-marinha-comum, pertence à família Chelonidae e é uma das 7 espécies de tartarugas-marinhas que existem no mundo. Apresenta uma carapaça oval com uma coloração castanho-avermelhada, podendo atingir cerca de 120 cm de comprimento e 150kg de peso. São animais solitários que passam a maior parte da vida em habitats marinhos e estuarinos, podendo aproximar-se bastante da costa, contudo, apenas as fêmeas vão à praia para fazer as suas posturas. A sua alimentação é variada incluindo medusas, esponjas, moluscos, peixes e crustáceos. Ocorre em regiões tépidas, tropicais e subtropicais do Mediterrâneo, Atlântico, Índico e Pacífico.
Embora não se reproduza na nossa costa, trabalhos anteriores da Rede de Arrojamentos do Algarve que operou entre 2000 e 2017 provaram que a costa algarvia faz parte da rota migratória desta espécie na passagem para o Mar Mediterrâneo, revelando-se uma importante zona de alimentação. É a espécie de tartaruga-marinha que mais arroja em Portugal Continental, sendo a captura acidental em artes de pesca, uma das suas principais causas de morte.
Alerta: Caso encontre um animal arrojado morto nas praias da costa algarvia, contacte a Rede de Arrojamentos do Algarve (RAAlg) através do número 968688233, ou registe diretamente o seu alerta na página (www.raalg.pt).