Na passada segunda-feira, dia 21 de março, a equipa da Rede de Arrojamentos do Algarve deu resposta ao arrojamento de uma baleia-anã, na Praia dos Alemães, em Albufeira. Este foi o primeiro arrojamento do ano, no que respeita a baleias de barbas.
A baleia-anã é o rorqual de menor porte pertencente à subordem taxonómica Mysticeti (cetáceos com barbas), embora possa atingir os 10 metros de comprimento. Apresenta um corpo alongado e uma cabeça pontiaguda. A sua coloração varia entre cinzento-escura na região dorsal e branca no ventre e flancos. A barbatana dorsal é proeminente, mas de pequena dimensão proporcionalmente ao corpo e as barbatanas peitorais apresentam uma mancha branca, característica da espécie. A sua boca possuí barbas, em vez de dentes, as quais usa para se alimentar, filtrando a água e retendo o alimento. A alimentação desta espécie é variada, podendo incluir pequenos crustáceos, cefalópodes e peixes de cardume. Geralmente são animais solitários, podendo aglomerar-se em alturas de migração e reprodução. Distribuem-se por ambos os hemisférios, podendo ocorrer tanto em águas oceânicas como costeiras.
Os avistamentos desta espécie nas proximidades da costa continental portuguesa são bastante frequentes e durante todo o ano, o que leva a crer que poderão já existir aqui, núcleos residentes. É a espécie de baleia de barbas mais abundante na nossa costa e, consequentemente, a que mais arrojamentos tem registado.
A baleia-anã arrojada no início desta semana, era um animal juvenil com cerca de 3.5 metros e apresentava um cabo a estrangular a maxila inferior, o que indicava uma interação recente com uma arte de pesca. No estômago o animal continha alguns sacos de plástico o que poderia vir a constituir um problema, caso o animal não tivesse morrido desta forma. De referir que a captura acidental e o lixo marinho são dos fatores antropogénicos mais relevantes no que se refere às causas de morte dos cetáceos a nível mundial, sendo o primeiro, a principal.