A tartaruga-de-couro (𝘋𝘦𝘳𝘮𝘰𝘤𝘩𝘦𝘭𝘺𝘴 𝘤𝘰𝘳𝘪𝘢𝘤𝘦𝘢) é a maior de todas a espécies de tartarugas-marinhas
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Tartaruga-de-couro (𝘋𝘦𝘳𝘮𝘰𝘤𝘩𝘦𝘭𝘺𝘴 𝘤𝘰𝘳𝘪𝘢𝘤𝘦𝘢)
Resultados - 1º semestre de 2024
A recolha e análise sistemática de dados de arrojamentos contribuem para uma melhor compreensão dos
Visita da AIMM ao laboratório da RAAlg
No âmbito de uma colaboração com a AIMM - Associação para a Investigação do Meio Marinho, os alunos
Outras notícias
Necrópsia de Roaz-corvineiro
A 20 de Novembro, um cidadão acusou a presença de um cetáceo arrojado morto na Meia Praia, concelho de Lagos. A Polícia Marítima de Lagos tomou nota da ocorrência e após observação e registo fotográfico preliminar, o animal foi transportado para o aterro do barlavento, a pedido da equipa RAAlg, com o auxílio do piquete da autarquia local. A 23 de Novembro, a carcaça do animal foi observada pela equipa RAAlg, em aterro municipal, para recolha de amostras e determinação de causa de morte, se possível. Os 3 elementos da RAAlg constataram tratar-se de um macho da espécie Tursiops truncatus (Roaz-corvineiro) com cerca de 3 metros de comprimento e sem evidências externas de lesões significativas recentes, notando-se contudo a ausência do lobo direito da barbatana caudal. Após 1 hora de observação invasiva, foi detectado um novelo de rede de emalhar com cerca de 3kg no interior do estômago.
Este corpo estranho revelou-se ser composto por fragmentos diversos, de malhagens distintas, sugerindo a ingestão recorrente de rede por parte do animal ao longo do tempo. A obstrução crónica do trato gastrointestinal estará seguramente na origem da morte.
Necrópsia de Bôto
A 03 de Novembro, uma cidadã acusou a presença de um cetáceo arrojado morto na Praia de Vale Figueira, concelho de Aljezur. A Polícia Marítima de Lagos tomou nota da ocorrência e após observação e registo fotográfico preliminar levados a cabo pelos vigilantes da natureza do ICNF, o animal foi transportado para o aterro do barlavento, a pedido da equipa RAAlg, com o auxílio do piquete da autarquia local.
A pequena carcaça foi levada para a sala de necrópsias da RAAlg no dia subsequente, onde as condições para observação minuciosa foram asseguradas. Os 3 elementos da RAAlg constataram tratar-se de uma jovem fêmea da espécie Phocoena phocoena (Bôto), com 129 cm de comprimento, com evidencias de predação sobretudo na face dorsal. Após 3 horas de observação invasiva, e não aparentando quaisquer sinais patológicos, a causa de morte mais provável parece ter sido interacção com outro mamífero marinho de maior porte.
Esta espécie, dadas as suas pequenas dimensões, sofre frequentes confrontos com outras espécies de mamíferos marinhos. A ocorrência de bôtos na costa algarvia não é infrequente embora não se encontre entre as espécies mais comuns.
Necrópsia de Baleia-sardinheira
A 20 de Outubro foi dado o alerta de uma baleia morta arrojada na Praia da Rocha, Concelho de Portimão. Com a ajuda e monitorização da Polícia Marítima e os serviços de piquete da autarquia local, a carcaça foi transportada, no próprio dia, para o aterro sanitário do barlavento, por forma a garantir a saúde pública. A 21 de Outubro, a equipa RAAlg deslocou-se à ALGAR-Aterro, onde o animal se encontrava à parte para observação e necrópsia.
Após observação, concluiu-se que o animal de mais de 9 metros de comprimento e várias toneladas de peso, era uma fêmea juvenil da espécie Balaenoptera borealis (Baleia-sardinheira) sem indícios patológicos evidentes. O animal apresentava, no entanto, vestígios de trauma por impacto na face dorsal, provavelmente por abalroamento. Dada a ocorrência da depressão "Bárbara" na costa algarvia, incidentes como a colisão entre cetáceos e embarcações de grande porte poderão ser potenciados, o que reforça esta hipótese. Na costa continental portuguesa, são muito raros os registos de arrojamentos desta espécie. Por essa razão, esta ocorrência mereceu particular destaque ainda que a presença da espécie nas nossas águas esteja identificada.