No passado dia 4/04, foi registado o arrojamento de uma baleia-de-barbas da espécie Balaenoptera
Notícias

Arrojamento de baleia-anã na Praia da Mareta (Sagres)

Resultados dos arrojamentos na costa algarvia - 1º trimestre de 2025
Estes foram os resultados dos arrojamentos mortos, correspondentes ao 1° trimestre do ano 2025

Arrojamento de roaz juvenil na Praia de Monte Gordo
No dia 11/03/2025, arrojou na Praia de Monte Gordo, um golfinho-roaz (𝘛𝘶𝘳𝘴𝘪𝘰𝘱𝘴 𝘵𝘳𝘶𝘯𝘤𝘢𝘵𝘶𝘴), também
Outras notícias
RAAlg visita a Capitania do Porto de Faro
Na passada quinta-feira, dia 3 de fevereiro, a equipa da Rede de Arrojamentos do Algarve visitou a capitania do Porto de Faro, onde foi gentilmente recebida pelo Capitão do Porto e Comandante da Zona Marítima do Sul - Fernando Carlos Rocha Pacheco.
Esta visita teve como principal objetivo a entrega do relatório anual de atividades, sumarizando os resultados obtidos relativamente à deteção de arrojamentos mortos de cetáceos e tartarugas-marinhas, ao longo da costa algarvia. Contudo, além da importância de dar a conhecer o trabalho efetuado pela RAAlg, esta visita teve também o intuito de agradecer de forma singela, à Autoridade Marítima Nacional, nomeadamente a todos os piquetes dos comandos locais da Polícia Marítima das várias capitanias do Algarve, por todo o apoio logístico prestado no terreno, com deslocações por terra e mar.
Este apoio tem sido um importante contributo para o sucesso e continuação deste projeto, de forma consistente e adequada, permitindo o acesso a um maior número de animais arrojados e maximizando a recolha de informação.

RAAlg e o seu papel na formação de novas equipas – uma semana sobre dieta de cetáceos
Não foi a primeira vez que a nossa equipa se dedicou a dar formação a outras entidades com interesse na área. Na passada semana recebemos uma equipa de estudantes do mestrado em Biologia Marinha e Conservação, do ISPA, em Lisboa, à qual nos dedicámos a ceder algum do nosso conhecimento em avaliação da dieta de cetáceos, através da análise de conteúdos estomacais de animais arrojados mortos.
A análise de conteúdos estomacais é um dos métodos mais usados para avaliar e descrever a constituição da dieta das diferentes espécies de animais marinhos, tanto em termos de variedade de presas como em termos de abundância, biomassa e relevância destas na sua alimentação. No nosso trabalho, os estômagos de animais arrojados mortos por nós recolhidos, são depois submetidos a todo um processo. Primeiro, todo o conteúdo estomacal é lavado e depois seco, sendo posteriormente feita uma triagem das peças fundamentais para a identificação das espécies que o constituem, tais como os otólitos e alguns ossos da cabeça dos peixes e bicos dos cefalópodes.
A análise da ecologia alimentar de animais marinhos, como são exemplo os cetáceos, não só permite tirar informações muito importantes da natureza biológica e ecológica para a espécie cujo conteúdo estomacal se analisa, como também permite tirar algumas conclusões sobre a interação com artes de pesca, já que muitas vezes o alimento favorito de certa espécie de cetáceo coincide com a espécie alvo de algumas pescarias. Estamos assim na posse de uma ferramenta importante para avaliar interações entre cetáceos e pescas, determinar muitas vezes a causa de morte por captura acidental e avaliar o impacto que estas espécies têm no consumo de peixe com interesse comercial, sendo estes estudos, uma importante contribuição para uma melhor gestão dos ecossistemas marinhos.
Estudos anteriores de dieta de cetáceos na costa continental portuguesa, realizados por elementos da equipa RAAlg, podem ser consultados aqui:
Golfinho-comum (Delphinus delphis):
https://link.springer.com/article/10.1007/s00227-018-3285-3
Golfinho-riscado (Stenella coeruleoalba):
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S1385110121000022
Gostaríamos de agradecer à equipa do ISPA pela confiança no nosso trabalho e pela intensa semana de convívio e partilha de conhecimentos. Esperamos que tenham disfrutado e aprendido tanto como nós! Voltem sempre! Desejamos-vos o maior sucesso nas etapas que se avizinham.
Triagem dos otólitos de peixe, da amostra.
Indentificação e medição dos otólitos, com a ajuda da lupa binocular.

Foca-cinzenta na costa algarvia
No passado Domingo, dia 5 de dezembro, recebemos um alerta para a presença de uma foca-cinzenta (𝐻𝑎𝑙𝑖𝑐ℎ𝑜𝑒𝑟𝑢𝑠 𝑔𝑟𝑦𝑝𝑢𝑠) junto ao porto de pesca de Albufeira.
Este animal tem vindo a ser observado desde 2020 ao longo da costa continental espanhola e portuguesa, e desde então tem sido monitorizado pelas entidades locais competentes dos dois países (institutos de conservação da natureza, centros de recuperação, redes de arrojamentos e autoridades marítimas).
Uma vez que é comum a aproximação destes animais da orla costeira e por aparentar ser um animal saudável, não houve ainda razões médico-veterinárias para o recolher. Apesar de apresentar algumas feridas (visíveis no vídeo), estas não revelam ser preocupantes, mas apenas ligeiras escoriações resultantes de se coçar.
Ontem fomos informados de que o animal continua a ser avistado pelas praias da costa algarvia, rumando para este.
Como tal, e por se tratar de um ANIMAL SELVAGEM que pode apresentar comportamentos imprevisíveis, apelamos a que caso o avistem MANTENHAM A DISTÂNCIA E CONTACTEM DE IMEDIATO AS ENTIDADES COMPETENTES (ABRIGOS/Instituto da Conservação da Natureza: 919274795 ou Autoridade marítima: Piquetes da Polícia Marítima) facultando algumas informações importantes para a continuação da sua monitorização.
Alertamos também para a importância de não serem publicadas fotos do animal nas redes sociais, bem como a sua localização, de forma a evitar aglomerados que possam causar-lhe um stress acrescido.
