No passado dia 4/04, foi registado o arrojamento de uma baleia-de-barbas da espécie Balaenoptera
News

Arrojamento de baleia-anã na Praia da Mareta (Sagres)

Resultados dos arrojamentos na costa algarvia - 1º trimestre de 2025
Estes foram os resultados dos arrojamentos mortos, correspondentes ao 1° trimestre do ano 2025

Arrojamento de roaz juvenil na Praia de Monte Gordo
No dia 11/03/2025, arrojou na Praia de Monte Gordo, um golfinho-roaz (𝘛𝘶𝘳𝘴𝘪𝘰𝘱𝘴 𝘵𝘳𝘶𝘯𝘤𝘢𝘵𝘶𝘴), também
Outras notícias
RAAlg e a literacia dos oceanos
Apesar da RAAlg ter como objetivo principal, dar resposta a arrojamentos de animais marinhos (cetáceos e tartarugas marinhas) mortos, a nossa equipa tem apostado, paralelamente, em ações de comunicação para várias faixas etárias, para as quais tem sido solicitada.
O envolvimento da comunidade, através destas ações interativas, não só serve como meio de divulgação do nosso trabalho, dando conhecimento aos demais da nossa existência, como também tem uma componente de sensibilização e consciencialização ambiental.
Nestas ações, onde tentamos que todos participem de forma ativa, pretendemos fomentar a literacia dos oceanos, mostrando a importância da existência de todas as espécies e de cada uma em particular no equilíbrio do ecossistema. Abordamos também os principais problemas que os animais marinhos enfrentam, especificando aqueles que afetam, atualmente, os cetáceos e as tartarugas-marinhas e que, cada vez mais, os levam à morte, sendo os principais de cariz antropogénico (e.g. captura acidental em artes de pesca, lixo marinho, poluição química e sonora).
As últimas ações realizadas nos meses de fevereiro e março passaram por atividades com turmas de 1º ciclo de uma escola de Faro (EB1 de Marchil) e outra do concelho de Lagos, esta última decorrida no centro de Ciência Viva de Lagos, no âmbito do projeto Escola Ciência Viva. Mais recentemente, foi realizada uma atividade muito animada para idosos na Associação Nossa Senhora dos Navegantes (A.N.S.N) da Ilha da Culatra, a convite do Instituto da Conservação da Natureza (ICNF) e o seu programa 3ª Onda. Agradecemos os convites e a oportunidade vivenciar estas experiências de partilha mútua de conhecimentos. Fomos muito bem recebidos e acarinhados e prometemos voltar.
É tão importante desenvolver um bom trabalho como ter a oportunidade de o partilhar!

A problemática do lixo marinho
Não são raras as vezes que a nossa equipa percorre grandes extensões de costa de forma a ter acesso a animais arrojados, ou durante as patrulhas de costa realizadas fora da época balnear, na tentativa de detetar arrojamentos que não tenham sido notificados.
Nessas longas caminhadas deparamo-nos com um problema que é comum a todos, mas que parece, ainda, ser apenas visível aos olhos de alguns… o LIXO MARINHO.
Grande parte deste lixo surge com as marés e tal como os animais, acaba por arrojar na praia. Estima-se que mais de 80% da poluição que atinge os oceanos tem origem em terra e é transportada para o ambiente marinho pelos rios e ribeiras. A restante parcela, apesar de todas as campanhas de sensibilização sobre esta temática, é provocada por outros agentes como a atividade piscatória (responsável por 10% do lixo encontrado no mar e zonas costeiras), ou tem origem em descargas diretas de utilizadores das praias, o que aos olhos desta equipa de biólogos parece impossível que ainda aconteça.
O lixo marinho tem origem somente antropogénica e pode causar danos irreversíveis nos ecossistemas e organismos marinhos, tendo repercussões não só a nível ambiental como também social e económico.
É, cada vez mais, URGENTE, reverter esta tendência que devasta os ecossistemas que são o suporte de vida na Terra. Vamos unir esforços para impulsionar uma mudança positiva, apostando não só na reciclagem, reutilização e diminuição do consumo de embalagens de plástico, como também na mudança de atitude perante o lixo visível nas praias, que está ao nosso alcance e que pode a qualquer momento retornar ao oceano.
Apenas um saco de lixo recolhido, durante uma caminhada na praia, pode fazer toda a diferença na preservação do meio marinho!
De que estás à espera? Apostar na mudança e fazer a diferença está ao alcance de todos nós!!!

Tartaruga-comum arrojada na praia de Faro
Ao final da tarde do passado domingo, dia 13/02, a equipa da RAAlg foi alertada para o arrojamento de uma tartaruga-comum (Caretta caretta), na Praia de Faro.
Tratava-se de um animal juvenil, sem qualquer indício externo que remetesse para a causa de morte. Após realização da necrópsia, esta revelou ser um animal que aparentava ser saudável, por ter em excelente condição física e com evidências de alimentação recente, concluindo-se assim que o animal terá morrido de forma traumática e repentina e com certeza de foro antropogénico.
A tartaruga-marinha-comum, pertence à família Chelonidae e é uma das 7 espécies de tartarugas-marinhas que existem no mundo. Apresenta uma carapaça oval com uma coloração castanho-avermelhada, podendo atingir cerca de 120 cm de comprimento e 150kg de peso. São animais solitários que passam a maior parte da vida em habitats marinhos e estuarinos, podendo aproximar-se bastante da costa, contudo, apenas as fêmeas vão à praia para fazer as suas posturas. A sua alimentação é variada incluindo medusas, esponjas, moluscos, peixes e crustáceos. Ocorre em regiões tépidas, tropicais e subtropicais do Mediterrâneo, Atlântico, Índico e Pacífico.
Embora não se reproduza na nossa costa, trabalhos anteriores da Rede de Arrojamentos do Algarve que operou entre 2000 e 2017 provaram que a costa algarvia faz parte da rota migratória desta espécie na passagem para o Mar Mediterrâneo, revelando-se uma importante zona de alimentação. É a espécie de tartaruga-marinha que mais arroja em Portugal Continental, sendo a captura acidental em artes de pesca, uma das suas principais causas de morte.
Alerta: Caso encontre um animal arrojado morto nas praias da costa algarvia, contacte a Rede de Arrojamentos do Algarve (RAAlg) através do número 968688233, ou registe diretamente o seu alerta na página (www.raalg.pt).
