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Manipulação de golfinhos mortos

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Na passada terça-feira, 18 de fevereiro, foram registados os arrojamentos de três golfinhos comuns (

CCa captura acidental

Captura acidental de tartaruga-marinha em pescas

Na manhã de quinta-feira, dia 13/02 , a equipa da RAAlg foi informada sobre a captura acidental de

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Arrojamento de baleia-de-bico na Ilha da Fuseta

No dia 16 de janeiro, arrojou na ilha da Fuseta, uma baleia-de-bico da espécie 𝘔𝘦𝘴𝘰𝘱𝘭𝘰𝘥𝘰𝘯 𝘮𝘪𝘳𝘶𝘴, a

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27/02/2025

Manipulação de golfinhos mortos

Na passada terça-feira, 18 de fevereiro, foram registados os arrojamentos de três golfinhos comuns (Delphinus delphis), em localizações distintas da costa algarvia. Todos os animais apresentavam marcas externas compatíveis com captura acidental em artes de pesca-a principal causa de morte destes animais em todo o mundo, incluindo Portugal.

A sobreposição do habitat dos cetáceos e áreas de pesca representa um desafio complexo, que cientistas e pescadores têm procurado mitigar em conjunto, através do desenvolvimento de soluções adaptadas a cada pescaria.

Além de lacerações e abrasões provocadas por cabos e redes de pesca, dois dos animais apresentavam evidências de manipulação humana, nomeadamente barbatanas amputadas e remoção de tecido muscular.

A amputação de barbatanas, visível em alguns dos golfinhos resultantes de arrojamentos, é um procedimento frequentemente usado pelos pescadores aquando da captura acidental. Esta prática é usada com o animal morto, de forma a facilitar a sua remoção das redes, evitando a danificação profunda das mesmas e reduzindo, consequentemente, os prejuízos económicos.

Por vezes são também detetados animais arrojados com ausência de pedaços de tecido muscular, nomeadamente na região lombar.  Embora a carne de golfinho tenha sido, em tempos, consumida em algumas zonas piscatórias em Portugal (Continental e Ilhas) ou usada como isca para a pesca de grandes peixes pelágicos (tubarões e atuns), este tipo de práticas é hoje ilegal. Acreditamos que o uso da carne de golfinho para consumo tenha caído em desuso, não só por questões legais, mas também associado aos elevados níveis de metais pesados existentes na carne destes animais. No entanto, o uso para isca pode ainda ocorrer em alguns casos.

Aliado ao facto de ser um ato eticamente condenável, é visualmente chocante encontrar um golfinho arrojado na praia, nestas condições.

Importa referir também que é expressamente proibida a manipulação de espécies protegidas, como é o caso dos cetáceos e das tartarugas-marinhas, bem como a posse de qualquer parte dos mesmos (dentes de golfinho, barbas de baleia, carapaças de tartaruga, pedaços de musculo ect). Todos estes atos são considerados “crime”, sendo puníveis por lei.

A consciencialização e o cumprimento da legislação são essenciais para proteger estas espécies e promover uma coexistência mais sustentável entre a atividade piscatória e a conservação da biodiversidade marinha.

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Manipulação de golfinhos mortos
18/02/2025

Captura acidental de tartaruga-marinha em pescas

Na manhã de quinta-feira, dia 13/02 , a equipa da RAAlg foi informada sobre a captura acidental de uma tartaruga-marinha.

Tratava-se de uma tartaruga-comum (𝘊𝘢𝘳𝘦𝘵𝘵𝘢 𝘤𝘢𝘳𝘦𝘵𝘵𝘢), com aproximadamente 59 cm de comprimento total.

O animal apresentava uma excelente condição corporal, não sendo visível qualquer lesão externa nem evidências de decomposição.

A realização da necrópsia salientou o estado de frescura do animal, sem qualquer vestígio de autólise nos seus órgãos internos. Apesar de não ser visível qualquer lesão interna, a presença de um líquido ensanguentado na cavidade celómica sugere a ocorrência de um trauma. Além de um conter uma grande quantidade de alimento no estômago, algum ainda por digerir, indicador de uma alimentação bastante recente, o animal apresentava alguns fragmentos de plástico no seu conteúdo estomacal.

A realização da necrópsia em animais cuja causa de morte já é conhecida, surge como uma mais-valia para análises futuras. Além de contribuir para um melhor conhecimento da anatomia interna dos animais, esta análise pode relevar factos que podem tornar-se decisivos na determinação das causas de morte, em animais arrojados por causas desconhecidas.

Gostaríamos de agradecer ao pescador da embarcação de pesca, o qual, não só nos informou desta ocorrência, como também, prontamente se disponibilizou por nos fazer chegar o animal.

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CCa captura acidental
18/02/2025

Arrojamento de baleia-de-bico na Ilha da Fuseta

No dia 16 de janeiro, arrojou na ilha da Fuseta, uma baleia-de-bico da espécie 𝘔𝘦𝘴𝘰𝘱𝘭𝘰𝘥𝘰𝘯 𝘮𝘪𝘳𝘶𝘴, a baleia-de-bico-de-true. 

As baleias-de-bico, também conhecidas como zifiídeos (família Ziphiidae), são um grupo de cetáceos com dentes, pouco conhecidos e misteriosos, raramente avistados na superfície do mar.

>> Vivem em águas profundas e são mergulhadores muito ágeis, podendo ficar mais de 3 horas submersas e atingindo profundidades de até 3000 metros.

>> Têm uma dieta baseada em lulas e peixes de águas profundas e podem atingir comprimentos entre os 4 e os 12,8 metros.

>> Devido aos seus comportamentos discretos, o pouco que se sabe sobre estes animais, provém de investigação de animais arrojados.

O animal em causa, um indivíduo próximo da idade adulta, de sexo masculino e comprimento total de 4,71metros, apresentava lesões compatíveis com uma provável captura acidental. A análise detalhada do animal, bem como a amostragem dos seus tecidos biológicos, permitiu recolher informações muito úteis para o melhor conhecimento desta espécie.

Este foi o oitavo arrojamento de uma baleia-de-bico registado para o Algarve, desde que este levantamento começou a ser efetuado, sendo o terceiro para a espécie 𝘔𝘦𝘴𝘰𝘱𝘭𝘰𝘥𝘰𝘯 𝘮𝘪𝘳𝘶𝘴.

Gostaríamos de agradecer ao Diogo Santos pelo alerta e informações preliminares e ainda à Ambiolhão e ao piquete da Polícia Marítima de Olhão, pelo apoio logístico no terreno, na resposta a este arrojamento.

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