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Tartaruga-de-couro (𝘋𝘦𝘳𝘮𝘰𝘤𝘩𝘦𝘭𝘺𝘴 𝘤𝘰𝘳𝘪𝘢𝘤𝘦𝘢)

A tartaruga-de-couro (𝘋𝘦𝘳𝘮𝘰𝘤𝘩𝘦𝘭𝘺𝘴 𝘤𝘰𝘳𝘪𝘢𝘤𝘦𝘢) é a maior de todas a espécies de tartarugas-marinhas

Resultados - 1º semestre 2024

Resultados - 1º semestre de 2024

A recolha e análise sistemática de dados de arrojamentos contribuem para uma melhor compreensão dos

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Visita da AIMM ao laboratório da RAAlg

No âmbito de uma colaboração com a AIMM - Associação para a Investigação do Meio Marinho, os alunos

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05/07/2021

Visita da ARROJAL à RAAlg

Na passada sexta-feira, dia 2 de julho, a RAAlg recebeu nas suas instalações uma equipa de colegas da Rede de Arrojamentos do Alentejo (ARROJAL) para um dia de formação intensiva. Esta equipa recém-formada pretende reforçar o apoio à Rede Nacional de Arrojamentos, sendo a sua área de atuação toda a costa alentejana, desde a margem norte da ribeira de Odeceixe até Tróia.

Ao longo da formação foram necropsiados dois golfinhos comuns, Delphinus delphis, e uma tartaruga comum, Caretta caretta, que haviam arrojado recentemente na costa algarvia e que foram reservados para o efeito. Para que a formação fosse ainda mais completa e pormenorizada, contámos também com a participação da Doutora Maria Casero, veterinária e diretora clínica do RIAS (Centro de Recuperação e Investigação de animais selvagens), que nos deu uma visão mais abrangente das possíveis patologias associadas a estas espécies, o que contribui para uma avaliação mais precisa e rigorosa no que respeita às possíveis causas de morte que podem afetar estes animais. Assim, a causa de morte associada aos cetáceos foi, em ambos os casos, captura acidental em redes de pesca, e para a tartaruga marinha a causa de morte não foi possível de determinar, embora o animal apresentasse boa condição física e conteúdo estomacal abundante, o que sugere uma morte traumática.

Gostaríamos de agradecer este dia de partilha de conhecimentos a todos os intervenientes, especialmente à Doutora Maria Casero que, sem dúvida, acrescentou muito à nossa formação, bem como à equipa da ARROJAL pela confiança no nosso trabalho e pela partilha de fotos. Trabalhamos em conjunto para um bem comum, aprofundando o conhecimento sobre espécies marinhas protegidas, tais como cetáceos e tartarugas marinhas ao longo da costa continental Portuguesa.

Realização da necrópsia de um golfinho comum
Realização da necrópsia de um golfinho comum (@Arrojal)
RAALg & ARROJAL (@arrojal)
RAAlg e ARROJAL (@Arrojal)

 

@Arrojal
18/06/2021

Caretta caretta viaja do Mediterrâneo para o Atlântico

Mais um arrojamento marcante para a equipa RAAlg.

Uma tartaruga marinha comum (Caretta caretta), arrojou esta segunda-feira, dia 14-06, na praia de Cacela Velha, concelho de Tavira. Ao recebermos o alerta e as fotografias por parte de uma cidadã que se encontrava no local, facilmente nos apercebemos que se tratava de uma tartaruga juvenil que tinha sido marcada e libertada com uma marca metálica.  As marcações de indivíduos em meio terrestre e marinho são feitas no âmbito de trabalhos que pretendem estudar o movimento de animais. Tendo em conta o código da marca, após estabelecidos alguns contactos na tentativa de perceber a sua origem e rota, descobrimos que esta juvenil percorreu um longo caminho desde a praia de El Saler, em Valência, onde foi marcada e libertada em dezembro de 2020, até chegar a águas algarvias. Para além de todos os perigos que ultrapassou durante a viagem, esta audaz juvenil superou o desafio de sair do Mediterrâneo, vencendo a barreira causada pelas correntes do estreito de Gibraltar, até chegar à nossa costa.

Estudos anteriores demonstraram que este não é um percurso fácil para juvenis de tartarugas marinhas desta espécie, e que é necessário que apresentem um tamanho mínimo de 39,5 cm de comprimento da carapaça, para que o consigam realizar (Revelles et al., 2006). Contudo, quando conseguem, fazem-no mais próximo à costa, onde a força das correntes é mais ténue, incorrendo, no entanto a outros perigos potenciais, tal como a interação com artes de pesca.

A necrópsia realizada revelou-se inconclusiva. Contudo, devido à sua perfeita condição física e conteúdo estomacal abundante, que descartam qualquer tipo de patologia associada, consideramos que a sua morte tenha sido traumática.

A equipa RAAlg agradece, mais uma vez, a todos aqueles que colaboram para tornar o nosso trabalho possível. Gostaríamos também de agradecer à equipa de investigadores da Universidade de Valência por toda a troca de informação e reconhecer o excelente trabalho efetuado na conservação das espécies marinhas, em particular da Caretta caretta no Mediterrâneo.

 

Tartaruga arrojada na praia de Cacela Velha
Tartaruga arrojada na praia de Cacela Velha
 
Percurso hipotético efetuado (Mediterrâneo - Atlântico)
Percurso hipotético efetuado pela tartaruga 

 

 

Marca metálica na barbatana
15/06/2021

Arrojamento raro de baleia-de-bossa juvenil em Tavira

Na passada sexta-feira, dia 11 de junho de 2021, a equipa RAAlg foi informada pelo Comando Local da Polícia Marítima de Tavira que uma baleia se encontrava arrojada junto a Praia do Homem Nu, na Ilha de Tavira. Após efetuados os primeiros contactos e de uma troca de fotografias e vídeos do animal, constatamos de que se tratava de uma baleia-de-bossa (Megaptera novaeangliae).  De forma a garantir o melhor acompanhamento da situação, a equipa reuniu e contactou as entidades competentes que garantem a remoção destes animais nas praias desta região (Tavira Verde - Empresa Municipal de Ambiente E.M.). Foram seguidamente assim tomadas as diligências necessárias para uma deslocação ao terreno para ser possível realizar uma amostragem rigorosa. Por se tratar de uma espécie offshore e pouco frequente na nossa costa, este evento revelou-se uma oportunidade única para a recolha de informação científica.

A necrópsia realizou-se na manhã seguinte, dia 12 de junho, revelando que se tratava de um exemplar juvenil com 6,87m de comprimento, macho, ainda lactante, aparentando ser saudável e com uma boa condição física. Após uma análise minuciosa do corpo, foi observada na região dorsal uma grande zona com tecidos hemorrágicos e musculatura friável, indiciando que este animal sofreu algum tipo de trauma, muito provavelmente associado a uma colisão com uma embarcação. Por se tratar de um arrojamento numa zona complicada e de difícil acesso, o transporte do animal para um aterro sanitário apresentou questões logísticas que não foram possíveis ultrapassar. Desta forma, foi decidido pelas entidades envolvidas que a melhor solução seria o animal ser enterrado num local apropriado sem danificar o habitat, na ilha de Tavira.

Gostaríamos de agradecer toda a celeridade e prontidão de todas as entidades envolvidas após nosso contacto, nomeadamente a Polícia Marítima de Tavira e a Tavira Verde, sem as quais não seria possível resolver em tempo útil este caso, sem interferir com a atividade balnear.

taviraverde
Inicio dos trabalhos necrópsia e remoção.
epi
Recolha de epibiota existente na pele da baleia para futura análise de espécies.

 

noticiabossa