A contaminação dos oceanos por resíduos de plástico, é uma das principais ameaças para a vida
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Ingestão de plástico por tartarugas-marinhas

Visita de grupo de investigação chinês às instalações da RAAlg
No final de abril, a Associação para a Conservação da Vida Aquática do Boto do Yangtzé de Nanjing

Participação na 36ª Conferência da European Cetacean Society
Na passada semana, o nosso coordenador de terreno e aluno de doutoramento, Jan Hofman, marcou
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Principais causas de morte dos cetáceos analisados pela RAAlg
As causas de morte dos animais resultantes de arrojamentos podem ser diversas e influenciadas por vários fatores. A compreensão e monitorização contínua desses fatores são essenciais para um trabalho de mitigação eficaz que contribua para a conservação de algumas espécies, algumas delas criticamente ameaçadas ou em extinção
No período compreendido entre a reativação da Rede de Arrojamentos do Algarve (RAAlg), em outubro de 2020, e o fim do ano transato, foram dadas respostas a 222 arrojamentos de cetáceos, distribuídos por toda a costa algarvia. Devido ao estado de decomposição dos animais em alguns casos ser bastante avançado (Foto 1), grande parte dos mesmos (~41%) não foi elegível para a análise das causas de morte, por forma à não obtenção de resultados deturpados. Entre os restantes 59%, cujos estados de decomposição permitiram uma análise coerente, a principal causa de morte registada está associada à captura acidental em artes de pesca, também conhecida como bycatch. (Foto 2). Em 29% dos casos, foram encontradas evidências óbvias que apontavam para este resultado, já em 15% dos casos, apesar destas evidências não serem tão claras, a necrópsia revelou sinais que nos remeteram para um provável bycatch. Entre as outras causas de morte detetadas para os cetáceos, podemos salientar a morte por trauma sem causa determinada, as interações interespecíficas, a colisão com embarcações e a doença. Podemos assim afirmar que as mortes causadas por razões de foro antropogénico comprovadas, resultam em 38% dos casos analisados, destacando-se assim a interação humana como o maior problema.
De salientar ainda que 64% dos indivíduos afetados pelo bycath, corresponde à espécie Delphinus delphis, o golfinho-comum, o que pode estar associado à frequência das interações da mesma com as embarcações de pesca mais costeiras.

Arrojamento de golfinho-comum na Praia Dona Ana, em Lagos
No passado sábado, dia 13/01, demos resposta ao arrojamento de um golfinho-comum (Delphinus delphis) detetado no dia anterior, no areal da Praia Dona Ana, em Lagos.
Após análise do cadáver, um macho adulto, foi determinado que o animal foi vítima de uma provável colisão, uma vez que apresentava uma fratura exposta na barbatana peitoral esquerda, coincidente com uma lesão interna da zona afetada (lesões a nível do esqueleto e hemorragias internas). A juntar aos factos anteriormente descritos, a necrópsia revelou indícios de uma morte traumática e inesperada, tais como vestígios de alimento regurgitado no esófago e conteúdo estomacal presente.
Gostaríamos de agradecer à Proteção Civil de Lagos pela pronta ajuda na remoção e encaminhamento do animal para o aterro e também ao pessoal do Aterro Sanitário do Porto de Lagos, em Portimão, por nos permitirem a utilização das instalações sempre que necessário.

Arrojamentos de cetáceos e tartarugas-marinhas ao longo do ano 2023
Ao longo do ano de 2023 foram registados pela RAAlg, 64 arrojamentos mortos de cetáceos e 20 de tartarugas-marinhas. No que respeita aos cetáceos, foram identificadas 5 diferentes espécies de Odontocetos (cetáceos com dentes) e uma espécie de Misticetos (cetáceos com barbas), a baleia-anã (Balaenoptera acutorostrata). Foram ainda registados 15 arrojamentos de animais da família Delphinidae e 5 da família Balaenopteridae, cujas espécies não foram possíveis de determinar com exatidão (NI). Relativamente às tartarugas-marinhas, o número de arrojamentos mortos detetados foi de 20 indivíduos, sendo identificadas duas espécies de diferentes famílias. O padrão de arrojamentos mantém-se semelhante ao registado nos anos anteriores de operação da RAAlg, tanto em termos de número de arrojamentos como de composição de espécies. O episódio mais marcante para a equipa foi a resposta ao arrojamento de um cachalote-anão (Kogia breviceps), uma espécie raramente registada para a costa algarvia.
A RAAlg agradece a todas as entidades e particulares que nas mais variadas frentes, desde a deteção, comunicação dos alertas e manobras de remoção e transporte destes animais para locais acessíveis à sua análise, possibilitam que o nosso trabalho se realize da melhor forma.
