A tartaruga-de-couro (𝘋𝘦𝘳𝘮𝘰𝘤𝘩𝘦𝘭𝘺𝘴 𝘤𝘰𝘳𝘪𝘢𝘤𝘦𝘢) é a maior de todas a espécies de tartarugas-marinhas
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Tartaruga-de-couro (𝘋𝘦𝘳𝘮𝘰𝘤𝘩𝘦𝘭𝘺𝘴 𝘤𝘰𝘳𝘪𝘢𝘤𝘦𝘢)
Resultados - 1º semestre de 2024
A recolha e análise sistemática de dados de arrojamentos contribuem para uma melhor compreensão dos
Visita da AIMM ao laboratório da RAAlg
No âmbito de uma colaboração com a AIMM - Associação para a Investigação do Meio Marinho, os alunos
Outras notícias
Golfinho-comum rebocado para a ilha da Culatra
Ontem ao final da tarde recebemos uma chamada do piquete da Polícia Marítima de Olhão a reportar a morte de um golfinho-comum que se encontrava na ilha da Culatra (ria), próximo da barra.
Ouvimos relatos de um possível abalroamento do animal por um jet sky e posterior reboque do mesmo para o local onde se encontrava e sem demora tentámos perceber, de forma imparcial, o que poderia ter acontecido.
Soubemos, de fonte segura, que o animal foi rebocado pelo jet sky por se encontrar à deriva, morto, podendo constituir um perigo para a navegação e que as autoridades competentes foram de imediato avisadas.
Apesar de não descartarmos esta possibilidade, dado o intenso tráfego que existe por esta altura na nossa costa e igualmente na Ria Formosa e sabendo que os golfinhos-comuns são uma espécie bastante social e curiosa, a necropsia apontou para uma morte traumática mas sem revelar qualquer indício de abalroamento.
Resta-nos apelar ao bom-senso, tanto dos turistas como dos residentes no Algarve que estão de férias. O objetivo é comum a todos, mas devemos parar para pensar que estamos sobrexplorar o habitat de muitos seres vivos que acabam por mudar os seus comportamentos em função dos nossos!
Agradecemos mais uma vez à Autoridade Marítima Nacional, neste caso específico à Polícia Marítima de Olhão, por nos ter facultado a deslocação à ilha e pela colaboração no terreno.
Julho “arrojado” para a equipa RAAlg
Desde o início da monitorização dos arrojamentos na costa algarvia que se denota uma tendência para um aumento dos mesmos no Verão. Este ano, e considerando o passado mês de julho, o padrão mantém-se, com um considerável número de animais arrojados nas nossas praias.
A espécie com maior frequência de arrojamentos neste último mês foi o golfinho-comum (Delphinus delphis), 6 exemplares, seguindo-se a tartaruga-comum (Caretta caretta), 3 exemplares. Registámos ainda o arrojamento de uma baleia-anã (Balaenoptera acutorostrata) e de alguns outros animais para os quais não nos foi possível determinar com exatidão a espécie a que pertenciam, devido ao seu avançado estado de decomposição.
O aumento do número de golfinhos-comuns arrojados na nossa costa pode estar associado ao aumento da disponibilidade de sardinha (Sardina pilchardus) nesta época do ano, uma das suas presas favoritas. Uma vez que o esforço de pesca é também superior nesta altura, a interação entre estes animais e as artes de pesca é mais frequente, pelo que se verifica um maior número de capturas acidentais. Esta é uma das causas de morte mais frequentes para este grupo de mamíferos marinhos e a que tem merecido maior atenção e preocupação dadas as repercussões ambientais e económicas. Outros estudo e ensaios de mitigação continuam a ser desenvolvidos em projetos paralelos da Universidade do Algarve (ver também https://www.ualg.pt/projeto-europeu-desenvolve-estrategias-para-reduzir-captura-acidental-de-cetaceos) no sentido de reduzir esta mortalidade, bem como os prejuízos para os pescadores.
É altura de reforçar o agradecimento a todas as entidades envolvidas no nosso “arrojado” mês de julho e que contribuíram para que o nosso trabalho fosse possível de concretizar, pois sabemos que esta é uma época bastante trabalhosa para todos na nossa região.
Autoridade Marítima Nacional
(Polícia marítima de Olhão, Faro, Tavira, Lagos e Portimão)
I.S.N - Instituto De Socorros A Náufragos (Ilha da Armona e Praia de Porto de Mós, Lagos)
Município de Lagos (Câmara Municipal e Proteção Civil)
Algar
Ambiolhão, EM
Taviraverde - Empresa Municipal de Ambiente E.M.
Fagar
Arrojamentos de golfinhos na praia de Faro e praia do Garrão
Após alguns dias mais calmos, com arrojamentos menos frequentes e com maior concentração nas tarefas de laboratório, no final da tarde de terça-feira, 13 de julho, a equipa RAAlg recebeu o contacto do piquete da polícia marítima de Faro. Tratava-se de um arrojamento de um golfinho na praia de Faro, perto da ponta Este da ilha, também conhecida como Barrinha. A equipa prontamente se deslocou ao local, contudo o animal havia sido levado pela maré, conseguindo ainda ser avistado a alguns metros da costa. Na manhã seguinte foi-nos reportado um novo alerta relativo ao mesmo animal, que voltou a arrojar num local próximo do anterior.
Tratava-se de uma fêmea adulta de golfinho-comum, Delphinus delphis, com aproximadamente 2 metros de comprimento que apresentava evidências internas e externas de trauma, sendo a causa de morte associada à interação com artes de pesca.
No mesmo dia, ao final da tarde a equipa recebeu um novo alerta a reportar um arrojamento de mais um golfinho comum na praia do Garrão em Almancil, Loulé. Devido ao avançado estado de decomposição do animal não foi possível realizar uma necrópsia completa e pormenorizada, tendo sido apenas registados os dados biométricos do mesmo e recolhida uma a amostra de material biológico para estudos de genética.
A equipa RAAlg gostaria de agradecer a notável ajuda das entidades envolvidas nestes dois eventos, as quais deram os alertas, permitiram deslocações ao terreno e cederam instalações para realização de necrópsia, nomeadamente ao piquete da polícia marítima de Faro, à equipa da FAGAR, empresa responsável pela limpeza das praias do concelho de Faro, e ainda à equipa de nadadores-salvadores da praia do Garrão.