A contaminação dos oceanos por resíduos de plástico, é uma das principais ameaças para a vida
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Ingestão de plástico por tartarugas-marinhas

Visita de grupo de investigação chinês às instalações da RAAlg
No final de abril, a Associação para a Conservação da Vida Aquática do Boto do Yangtzé de Nanjing

Participação na 36ª Conferência da European Cetacean Society
Na passada semana, o nosso coordenador de terreno e aluno de doutoramento, Jan Hofman, marcou
Outras notícias
Desafios enfrentados pela RAAlg no acesso aos animais arrojados
De forma a aceder aos animais arrojados, a equipa da RAAlg enfrenta por vezes alguns desafios. Um dos principais desafios refere-se à geomorfologia da costa algarvia, que pode ser bastante complexa. A zona ocidental do Algarve, mais conhecida por barlavento algarvio e a qual inclui parte da Costa Vicentina (entre Odeceixe e Sagres) é maioritariamente composta por escarpas imponentes que cobrem praias de difícil acesso ou até mesmo inacessíveis. Nestas, a remoção dos animais arrojados torna-se, por vezes, impossível de realizar. Já no sotavento algarvio, zona mais oriental do Algarve, os desafios prendem-se com a existência das Ilhas Barreira da Ria Formosa. O acesso aos animais arrojados nestes locais pode tornar-se dificultado, uma vez que a deslocação às mesmas carece da disponibilidade de embarcações. Em algumas situações, nomeadamente em arrojamentos de animais de grande porte, a remoção torna-se impossível de concretizar, dada a inexistência de meios de transporte adequados. Outro dos desafios enfrentados refere-se à grande afluência de pessoas em algumas praias do Algarve, principalmente nos meses de verão. Os cetáceos e as tartarugas-marinhas despertam grande curiosidade nos turistas, que tendem a formar grandes aglomerados junto dos mesmos, na tentativa de registar o momento. Esta concentração de pessoas junto à costa, retarda muitas vezes o processo de remoção uma vez que impossibilita a passagem dos meios necessários e/ou dificulta a realização das manobras no terreno. Contudo, é nestas alturas que a necessidade de remoção célere se torna crucial, de forma a evitar prejuízos para a saúde pública.
Gostaríamos de fazer um agradecimento a todas as entidades públicas e privadas que nos auxiliam no terreno, permitindo que consigamos ultrapassar todos estes desafios, nomeadamente ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e aos piquetes da Polícia Marítima dos Comandos do Sul.

Influência das tempestades nos arrojamentos
Esta última semana tem sido de intenso trabalho de campo para a RAAlg.Desde a passada segunda-feira até ao momento, foram registados 7 arrojamentos de cetáceos e tartarugas-marinhas na costa algarvia.
Apesar de todos os esforços para dar resposta aos mesmos de forma mais célere possível, alguns dos animais não foram detetados aquando da chegada da equipa ao local. Suspeitamos as condições atmosféricas adversas e a forte agitação marítima que se têm feito sentir, podem ter sido responsáveis pela retoma dos mesmos ao mar.
Em altura de tempestade e consequente aumento da afluência de arrojamentos, relembramos a importância dos ALERTAS para a contabilização destes fenómenos e resposta eficiente a todas as ocorrências.
Para saberes mais acerca das formas de contacto em caso de ENCONTRO COM UM ANIMAL ARROJADO, consulta a página da RAAlg.

Golfinho-comum arroja emaranhado em redes de pesca
Na passada semana revelámos a principal causa de morte que afeta os cetáceos resultantes de arrojamentos, na costa algarvia. Alguns dias depois recebemos o alerta para mais um golfinho arrojado, na Praia da Salema, vítima de bycatch. Tratava-se de uma fêmea juvenil de roaz-corvineiro (Tursiops truncatus), com alimentação exclusiva de leite materno e com vários indícios condizentes com uma captura acidental. Para além da presença de fragmentos rede emaranhados à parte posterior do corpo, o animal apresentava várias marcas de rede no pedúnculo caudal barbatanas caudal e dorsal, assim como sinais de uma morte traumática (espuma abundante na traqueia e conteúdo estomacal abundante).
Agradecemos ao Piquete da Polícia Marítima de Lagos pelo alerta e ao Município de Vila do Bispo pelo apoio na remoção e encaminhamento do animal para o aterro sanitário, o que tornou possível a sua análise e amostragem pormenorizadas.
