No passado dia 4/04, foi registado o arrojamento de uma baleia-de-barbas da espécie Balaenoptera
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Arrojamento de baleia-anã na Praia da Mareta (Sagres)

Resultados dos arrojamentos na costa algarvia - 1º trimestre de 2025
Estes foram os resultados dos arrojamentos mortos, correspondentes ao 1° trimestre do ano 2025

Arrojamento de roaz juvenil na Praia de Monte Gordo
No dia 11/03/2025, arrojou na Praia de Monte Gordo, um golfinho-roaz (𝘛𝘶𝘳𝘴𝘪𝘰𝘱𝘴 𝘵𝘳𝘶𝘯𝘤𝘢𝘵𝘶𝘴), também
Outras notícias
Golfinho-comum arroja emaranhado em redes de pesca
Na passada semana revelámos a principal causa de morte que afeta os cetáceos resultantes de arrojamentos, na costa algarvia. Alguns dias depois recebemos o alerta para mais um golfinho arrojado, na Praia da Salema, vítima de bycatch. Tratava-se de uma fêmea juvenil de roaz-corvineiro (Tursiops truncatus), com alimentação exclusiva de leite materno e com vários indícios condizentes com uma captura acidental. Para além da presença de fragmentos rede emaranhados à parte posterior do corpo, o animal apresentava várias marcas de rede no pedúnculo caudal barbatanas caudal e dorsal, assim como sinais de uma morte traumática (espuma abundante na traqueia e conteúdo estomacal abundante).
Agradecemos ao Piquete da Polícia Marítima de Lagos pelo alerta e ao Município de Vila do Bispo pelo apoio na remoção e encaminhamento do animal para o aterro sanitário, o que tornou possível a sua análise e amostragem pormenorizadas.

Principais causas de morte dos cetáceos analisados pela RAAlg
As causas de morte dos animais resultantes de arrojamentos podem ser diversas e influenciadas por vários fatores. A compreensão e monitorização contínua desses fatores são essenciais para um trabalho de mitigação eficaz que contribua para a conservação de algumas espécies, algumas delas criticamente ameaçadas ou em extinção
No período compreendido entre a reativação da Rede de Arrojamentos do Algarve (RAAlg), em outubro de 2020, e o fim do ano transato, foram dadas respostas a 222 arrojamentos de cetáceos, distribuídos por toda a costa algarvia. Devido ao estado de decomposição dos animais em alguns casos ser bastante avançado (Foto 1), grande parte dos mesmos (~41%) não foi elegível para a análise das causas de morte, por forma à não obtenção de resultados deturpados. Entre os restantes 59%, cujos estados de decomposição permitiram uma análise coerente, a principal causa de morte registada está associada à captura acidental em artes de pesca, também conhecida como bycatch. (Foto 2). Em 29% dos casos, foram encontradas evidências óbvias que apontavam para este resultado, já em 15% dos casos, apesar destas evidências não serem tão claras, a necrópsia revelou sinais que nos remeteram para um provável bycatch. Entre as outras causas de morte detetadas para os cetáceos, podemos salientar a morte por trauma sem causa determinada, as interações interespecíficas, a colisão com embarcações e a doença. Podemos assim afirmar que as mortes causadas por razões de foro antropogénico comprovadas, resultam em 38% dos casos analisados, destacando-se assim a interação humana como o maior problema.
De salientar ainda que 64% dos indivíduos afetados pelo bycath, corresponde à espécie Delphinus delphis, o golfinho-comum, o que pode estar associado à frequência das interações da mesma com as embarcações de pesca mais costeiras.

Arrojamento de golfinho-comum na Praia Dona Ana, em Lagos
No passado sábado, dia 13/01, demos resposta ao arrojamento de um golfinho-comum (Delphinus delphis) detetado no dia anterior, no areal da Praia Dona Ana, em Lagos.
Após análise do cadáver, um macho adulto, foi determinado que o animal foi vítima de uma provável colisão, uma vez que apresentava uma fratura exposta na barbatana peitoral esquerda, coincidente com uma lesão interna da zona afetada (lesões a nível do esqueleto e hemorragias internas). A juntar aos factos anteriormente descritos, a necrópsia revelou indícios de uma morte traumática e inesperada, tais como vestígios de alimento regurgitado no esófago e conteúdo estomacal presente.
Gostaríamos de agradecer à Proteção Civil de Lagos pela pronta ajuda na remoção e encaminhamento do animal para o aterro e também ao pessoal do Aterro Sanitário do Porto de Lagos, em Portimão, por nos permitirem a utilização das instalações sempre que necessário.
