A RAAlg teve a semana mais desafiante e trabalhosa desde o início da sua atividade, ao dar um apoio essencial na resposta aos trabalhos de remoção e transporte de uma baleia-comum, Balaenoptera physalus, fêmea, com mais de 19 metros. O animal arrojou morto junto da Praia de Santo António, em Vila Real de Santo António, no passado dia 20 de Abril e só ontem se concluiu todo o processo de remoção. Bateu-se um recorde, pois não existe registo de algum cetáceo de tal envergadura arrojado em Portugal Continental. A logística para proceder aos trabalhos de remoção de um animal destes é como se deve perceber de uma ordem grandiosa, e nem sempre as entidades estão preparadas para tal aparato. A função inicial da RAAlg foi de contribuir na articulação entre as entidades que se disponibilizaram a colaborar, destacando-se a DOCAPESCA S.A., Instituto da Conservação da Natureza (ICNF), Autoridade Marítima e comandante do Porto de Vila Real de Santo António, Marina do Guadiana, Proteção Civil, GNR e PSP. O animal acabou por ser enterrado em local determinado pelo ICNF numa zona contígua, porque dada a sua dimensão, não havia capacidade de transporte em segurança até o Aterro do Sotavento, a 71 km de distância. Os resultados da necrópsia realizada foram inconclusivos. Não obstante, a boa condição física que aparentava e a presença de abundante conteúdo do trato gastrointestinal indiciam que seria um animal saudável e que a sua morte foi possivelmente traumática. As causas de morte mais frequentes para grandes rorquais como esta baleia, estão muitas vezes relacionadas com colisões acidentais com grandes embarcações (ex. porta-contentores), durante as rotas de tráfego marítimo que se sobrepõem com áreas de distribuição destes animais.