A tartaruga-de-couro (𝘋𝘦𝘳𝘮𝘰𝘤𝘩𝘦𝘭𝘺𝘴 𝘤𝘰𝘳𝘪𝘢𝘤𝘦𝘢) é a maior de todas a espécies de tartarugas-marinhas, podendo atingir mais de 2 metros de comprimento e um peso acima dos 500 kg. O seu nome deve-se ao facto de não apresentar uma verdadeira carapaça, mas sim uma pele grossa e rígida de cor negra, com aspeto semelhante ao couro.
Esta espécie, de hábitos solitários, vive em mar aberto, aproximando-se frequentemente da costa para se alimentar ou reproduzir.
Apesar de não nidificarem na costa portuguesa é frequente a sua passagem pelas nossas águas, sendo a segunda espécie de tartaruga-marinha com maior registo de arrojamentos, na costa algarvia.
Desde o início de 2024 até à data, a equipa da RAAlg deu resposta a oito arrojamentos de tartarugas-de-couro, sendo seis deles registados no mês de julho.
Todos estes arrojamentos foram registados na região do sotavento algarvio, distribuindo-se entre os concelhos de Olhão (2 arrojamentos), Tavira (5 arrojamentos) e Vila Real de Santo António (1 arrojamento).
O avançado estado de decomposição da maioria dos indivíduos analisados impossibilitou a determinação das respetivas causas de morte, contudo, a recolha de dados biométricos e amostras biológicas foi efetuada em todos os animais aos quais conseguimos aceder. Apenas em um dos casos a necrópsia foi conclusiva, apontado para captura acidental, uma vez que o animal apresentava marcas de cabos em torno das barbatabas e do plastron.
Quando à maturidade dos animais em causa, o registo das biometrias permitiu concluir que todos os indivíduos eram ainda juvenis, dado que o comprimento da carapaça era menor do que 145 cm (Nicolau 𝘦𝘵 𝘢𝘭. 2016).