A recolha e análise sistemática de dados de arrojamentos contribuem para uma melhor compreensão dos desafios enfrentados pelas diferentes espécies e para a implementação de medidas de conservação.
A distribuição geográfica dos arrojamentos de cetáceos e tartarugas-marinhas pode fornecer informações valiosas sobre as populações dessas espécies, as suas migrações e os impactos ambientais e humanos que as mesmas enfrentam.
Para o período correspondente ao 1° semestre de 2024 (01/01 a 30/06), foram registados trinta e três arrojamentos de cetáceos e vinte de tartarugas-marinhas.
Relativamente aos 𝗰𝗲𝘁á𝗰𝗲𝗼𝘀 foram identificadas cinco diferentes espécies, quatro de golfinhos de uma de boto. Para as baleias, foi registado apenas um arrojamento, contudo o seu avançado estado de decomposição não permitiu identificar a espécie.
No que se refere às 𝘁𝗮𝗿𝘁𝗮𝗿𝘂𝗴𝗮𝘀-𝗺𝗮𝗿𝗶𝗻𝗵𝗮𝘀, foram registados 20 arrojamentos, sendo identificadas duas espécies diferentes.
Ao analisar os resultados das necrópsias efetuadas, razões de foro antropogénico estão na base das CAUSAS DE MORTE para ambos os grupos de animais marinhos, cetáceos e tartarugas-marinhas.
A 𝗰𝗮𝗽𝘁𝘂𝗿𝗮 𝗮𝗰𝗶𝗱𝗲𝗻𝘁𝗮𝗹 em artes de pesca continua a apresentar-se como a principal causa de morte detetada para os cetáceos resultantes de arrojamentos.
Para as 𝘁𝗮𝗿𝘁𝗮𝗿𝘂𝗴𝗮𝘀-𝗺𝗮𝗿𝗶𝗻𝗵𝗮𝘀, indícios de 𝗺𝗼𝗿𝘁𝗲 𝘁𝗿𝗮𝘂𝗺á𝘁𝗶𝗰𝗮 são encontrados em grande parte dos animais analisados. Embora as causas que as levam aos traumas sejam difíceis de determinar, suspeita-se que uma percentagem considerável destas seja também vítima de interação com pescas.
Gostaríamos de agradecer a todas as entidades que colaboram connosco, principalmente às que nos ajudam no terreno e nos permitem ter acesso aos animais arrojados. Um agradecimento especial ao ICNF e todos os seus Vigilantes da Natureza e também aos piquetes da Polícia Marítima locais, na região do Algarve.