A contaminação dos oceanos por resíduos de plástico, é uma das principais ameaças para a vida
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Ingestão de plástico por tartarugas-marinhas

Visita de grupo de investigação chinês às instalações da RAAlg
No final de abril, a Associação para a Conservação da Vida Aquática do Boto do Yangtzé de Nanjing

Participação na 36ª Conferência da European Cetacean Society
Na passada semana, o nosso coordenador de terreno e aluno de doutoramento, Jan Hofman, marcou
Outras notícias
A problemática do lixo marinho
Não são raras as vezes que a nossa equipa percorre grandes extensões de costa de forma a ter acesso a animais arrojados, ou durante as patrulhas de costa realizadas fora da época balnear, na tentativa de detetar arrojamentos que não tenham sido notificados.
Nessas longas caminhadas deparamo-nos com um problema que é comum a todos, mas que parece, ainda, ser apenas visível aos olhos de alguns… o LIXO MARINHO.
Grande parte deste lixo surge com as marés e tal como os animais, acaba por arrojar na praia. Estima-se que mais de 80% da poluição que atinge os oceanos tem origem em terra e é transportada para o ambiente marinho pelos rios e ribeiras. A restante parcela, apesar de todas as campanhas de sensibilização sobre esta temática, é provocada por outros agentes como a atividade piscatória (responsável por 10% do lixo encontrado no mar e zonas costeiras), ou tem origem em descargas diretas de utilizadores das praias, o que aos olhos desta equipa de biólogos parece impossível que ainda aconteça.
O lixo marinho tem origem somente antropogénica e pode causar danos irreversíveis nos ecossistemas e organismos marinhos, tendo repercussões não só a nível ambiental como também social e económico.
É, cada vez mais, URGENTE, reverter esta tendência que devasta os ecossistemas que são o suporte de vida na Terra. Vamos unir esforços para impulsionar uma mudança positiva, apostando não só na reciclagem, reutilização e diminuição do consumo de embalagens de plástico, como também na mudança de atitude perante o lixo visível nas praias, que está ao nosso alcance e que pode a qualquer momento retornar ao oceano.
Apenas um saco de lixo recolhido, durante uma caminhada na praia, pode fazer toda a diferença na preservação do meio marinho!
De que estás à espera? Apostar na mudança e fazer a diferença está ao alcance de todos nós!!!

Tartaruga-comum arrojada na praia de Faro
Ao final da tarde do passado domingo, dia 13/02, a equipa da RAAlg foi alertada para o arrojamento de uma tartaruga-comum (Caretta caretta), na Praia de Faro.
Tratava-se de um animal juvenil, sem qualquer indício externo que remetesse para a causa de morte. Após realização da necrópsia, esta revelou ser um animal que aparentava ser saudável, por ter em excelente condição física e com evidências de alimentação recente, concluindo-se assim que o animal terá morrido de forma traumática e repentina e com certeza de foro antropogénico.
A tartaruga-marinha-comum, pertence à família Chelonidae e é uma das 7 espécies de tartarugas-marinhas que existem no mundo. Apresenta uma carapaça oval com uma coloração castanho-avermelhada, podendo atingir cerca de 120 cm de comprimento e 150kg de peso. São animais solitários que passam a maior parte da vida em habitats marinhos e estuarinos, podendo aproximar-se bastante da costa, contudo, apenas as fêmeas vão à praia para fazer as suas posturas. A sua alimentação é variada incluindo medusas, esponjas, moluscos, peixes e crustáceos. Ocorre em regiões tépidas, tropicais e subtropicais do Mediterrâneo, Atlântico, Índico e Pacífico.
Embora não se reproduza na nossa costa, trabalhos anteriores da Rede de Arrojamentos do Algarve que operou entre 2000 e 2017 provaram que a costa algarvia faz parte da rota migratória desta espécie na passagem para o Mar Mediterrâneo, revelando-se uma importante zona de alimentação. É a espécie de tartaruga-marinha que mais arroja em Portugal Continental, sendo a captura acidental em artes de pesca, uma das suas principais causas de morte.
Alerta: Caso encontre um animal arrojado morto nas praias da costa algarvia, contacte a Rede de Arrojamentos do Algarve (RAAlg) através do número 968688233, ou registe diretamente o seu alerta na página (www.raalg.pt).

RAAlg visita a Capitania do Porto de Faro
Na passada quinta-feira, dia 3 de fevereiro, a equipa da Rede de Arrojamentos do Algarve visitou a capitania do Porto de Faro, onde foi gentilmente recebida pelo Capitão do Porto e Comandante da Zona Marítima do Sul - Fernando Carlos Rocha Pacheco.
Esta visita teve como principal objetivo a entrega do relatório anual de atividades, sumarizando os resultados obtidos relativamente à deteção de arrojamentos mortos de cetáceos e tartarugas-marinhas, ao longo da costa algarvia. Contudo, além da importância de dar a conhecer o trabalho efetuado pela RAAlg, esta visita teve também o intuito de agradecer de forma singela, à Autoridade Marítima Nacional, nomeadamente a todos os piquetes dos comandos locais da Polícia Marítima das várias capitanias do Algarve, por todo o apoio logístico prestado no terreno, com deslocações por terra e mar.
Este apoio tem sido um importante contributo para o sucesso e continuação deste projeto, de forma consistente e adequada, permitindo o acesso a um maior número de animais arrojados e maximizando a recolha de informação.
