Para que um arrojamento ocorra é necessário que exista uma combinação de fatores climatéricos e oceanográficos tais como os ventos, as correntes, as marés, e até grau de decomposição do animal que pode possibilitar, ou não, o seu afundamento. Todas estas variáveis condicionam o encaminhamento dos animais na direção da costa. Estima-se que apenas 10-20% dos animais que morre no mar acaba, efetivamente, por arrojar.
O grau de decomposição dos animais que arrojam pode variar bastante, o que pode ser atribuído a vários fatores como a temperatura da água, o tempo que estes demoram a chegar à costa e o tempo entre o arrojamento e a sua deteção. Considerando que uma grande percentagem dos animais que arroja, na costa algarvia, apresenta um estado de decomposição moderado e avançado, muitas vezes torna-se difícil efetuar uma identificação precisa da espécie, principalmente quando se trata de distinguir entre espécies com características muito semelhantes.
Por exemplo, quando se trata distinguir um golfinho-comum (Delphinus delphis) de um golfinho-riscado (Stenella coeruleoalba) em decomposição avançada, quando a coloração da pele (característica que os distingue) já não nos permite fazê-lo, analisamos a fisionomia da parte interna da maxila superior (palato superior) do animal, a qual apresenta ligeiras diferenças nestas duas espécies, sendo por isso uma ajuda fundamental na identificação. O palato superior do golfinho-comum apresenta dois sulcos, o que não se verifica no golfinho-riscado.