A contaminação dos oceanos por resíduos de plástico, é uma das principais ameaças para a vida
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Ingestão de plástico por tartarugas-marinhas

Visita de grupo de investigação chinês às instalações da RAAlg
No final de abril, a Associação para a Conservação da Vida Aquática do Boto do Yangtzé de Nanjing

Participação na 36ª Conferência da European Cetacean Society
Na passada semana, o nosso coordenador de terreno e aluno de doutoramento, Jan Hofman, marcou
Outras notícias
Trabalhos com a maior Baleia arrojada em Portugal continental
A RAAlg teve a semana mais desafiante e trabalhosa desde o início da sua atividade, ao dar um apoio essencial na resposta aos trabalhos de remoção e transporte de uma baleia-comum, Balaenoptera physalus, fêmea, com mais de 19 metros. O animal arrojou morto junto da Praia de Santo António, em Vila Real de Santo António, no passado dia 20 de Abril e só ontem se concluiu todo o processo de remoção. Bateu-se um recorde, pois não existe registo de algum cetáceo de tal envergadura arrojado em Portugal Continental. A logística para proceder aos trabalhos de remoção de um animal destes é como se deve perceber de uma ordem grandiosa, e nem sempre as entidades estão preparadas para tal aparato. A função inicial da RAAlg foi de contribuir na articulação entre as entidades que se disponibilizaram a colaborar, destacando-se a DOCAPESCA S.A., Instituto da Conservação da Natureza (ICNF), Autoridade Marítima e comandante do Porto de Vila Real de Santo António, Marina do Guadiana, Proteção Civil, GNR e PSP. O animal acabou por ser enterrado em local determinado pelo ICNF numa zona contígua, porque dada a sua dimensão, não havia capacidade de transporte em segurança até o Aterro do Sotavento, a 71 km de distância. Os resultados da necrópsia realizada foram inconclusivos. Não obstante, a boa condição física que aparentava e a presença de abundante conteúdo do trato gastrointestinal indiciam que seria um animal saudável e que a sua morte foi possivelmente traumática. As causas de morte mais frequentes para grandes rorquais como esta baleia, estão muitas vezes relacionadas com colisões acidentais com grandes embarcações (ex. porta-contentores), durante as rotas de tráfego marítimo que se sobrepõem com áreas de distribuição destes animais.

Abertura da época da Tartaruga
A RAAlg tem tido uma primavera muito trabalhosa, particularmente a partir do mês de abril, devido aos muitos arrojamentos de tartarugas-comuns (Caretta caretta). A primavera é considerada a estação do ano em que se dá a “abertura da época da tartaruga”, particularmente as tartarugas-comuns. Esta denominação foi atribuída em 2010, ano em que se ativou a primeira rede regional de arrojamentos do Algarve, e que se começou a monitorizar sistematicamente todos os arrojamentos de tartarugas marinhas ao longo da costa Algarvia (para mais informação sobre padrões de arrojamentos e causas de morte consultar o artigo Nicolau et al. 2016 https://link.springer.com/article/10.1007/s00227-015-2783-9). Com este trabalho conclui-se também que os indivíduos a frequentar a nossa costa são maioritariamente juvenis, e a costa Algarvia é uma zona de passagem e de alimentação de excelência (“hotspot”) para a tartaruga-comum. Com o aumento natural da temperatura da água a partir desta altura, e correntes e ventos de quadrante sul que se fizeram sentir nas últimas semanas, existe uma maior aproximação das tartarugas-comuns à costa, o que aumenta o risco de interação com artes de pesca costeiras e outros riscos antropogénicos (ex. abalroamentos). A RAAlg continua o seu trabalho de monitorização para tentar perceber quais as principais causas de morte de tartarugas marinhas arrojadas mortas e a recolher amostras para vários estudos, que possibilitem um maior conhecimento sobre estes animais ao longo da nossa costa. Para mais informações sobre números de animais arrojados só neste mês consulte os resultados na nossa página www.raalg.pt.

Doações à RAAlg
Desde a reactivação da rede regional de arrojamentos, a RAAlg tem recebido doações de material de ordem diversa, desde material de papelaria a material mais específico. Recentemente, os médicos de ortodontia Dr. Glauco Silva e Dra. Márcia Campos, com o apoio da respectiva assistente Taís Mendes, ofereceram uma coleção de material cirúrgico que nos facilitará a prossecução de necrópsias.
A RAAlg exprime desta forma gratidão a quem nos tem apoiado das mais diversas formas, sejam elas sob a forma de doação, seja por nos acompanharem nas redes sociais, seja por cada alerta inserido na nossa página. Este tipo de contribuições validam a nossa acção na região.
O trabalho continuado e sistematizado de uma rede desta natureza, é de sobremaneira importante para que os canais de comunicação entre cidadãos, autarquias, proteção civil, polícia marítima, GNR, aterros sanitários e empresas de saneamento se mantenham abertos.
No mundo laboratorial e hospitalar, há ainda equipamento de que carecemos e que a situação pandémica os torna difíceis de obter (Ex. Luvas de látex ou nitrilo) e por isso agradecemos de antemão a quem siga o exemplo destes profissionais de saúde.
