A contaminação dos oceanos por resíduos de plástico, é uma das principais ameaças para a vida
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Ingestão de plástico por tartarugas-marinhas

Visita de grupo de investigação chinês às instalações da RAAlg
No final de abril, a Associação para a Conservação da Vida Aquática do Boto do Yangtzé de Nanjing

Participação na 36ª Conferência da European Cetacean Society
Na passada semana, o nosso coordenador de terreno e aluno de doutoramento, Jan Hofman, marcou
Outras notícias
RAAlg prepara nova temporada
Após um verão intenso a RAAlg encontra-se em fase de renovação e aquisição de novos materiais e equipamentos. Recebemos financiamento do Fundo Ambiental, um apoio do Ministério do Ambiente que financia entidades, atividades e projetos que visam contribuir para a conservação da natureza, o que nos permitiu equipar o laboratório e melhorar as condições de trabalho.
Dispomos agora de um veículo próprio que nos permite uma resposta mais célere e imediata aos alertas que nos são dados, bem como transportar todo o material necessário para uma correta execução do trabalho em campo. Para além disso, estamos mais autónomos no que respeita ao transporte de animais frescos para a sala de necropsia, com fim à realização de necropsias mais minuciosas e recolha de amostras para estudos futuros.
Adquirimos também uma lupa binocular que será um importante recurso para uma análise mais pormenorizada e rigorosa das amostras recolhidas, particularmente para nos apoiar em estudos de ecologia alimentar, para a identificação dos espécimes presentes nos conteúdos estomacais dos animais amostrados.
A recolha sistemática de informação acerca dos animais arrojados mortos é essencial para a determinação dos padrões de ocorrência e avaliação das causas de morte. Resta-nos, por isso, agradecer ao Fundo ambiental a oportunidade de podermos continuar a realizar o nosso trabalho de forma cada vez mais eficiente.
A Rede de Arrojamentos do Algarve está pronta para trabalhar em pleno e contínuo, com total capacidade de resposta e apta a realizar uma monitorização e amostragem totalmente conscientes e rigorosas.
Golfinho-comum rebocado para a ilha da Culatra
Ontem ao final da tarde recebemos uma chamada do piquete da Polícia Marítima de Olhão a reportar a morte de um golfinho-comum que se encontrava na ilha da Culatra (ria), próximo da barra.
Ouvimos relatos de um possível abalroamento do animal por um jet sky e posterior reboque do mesmo para o local onde se encontrava e sem demora tentámos perceber, de forma imparcial, o que poderia ter acontecido.
Soubemos, de fonte segura, que o animal foi rebocado pelo jet sky por se encontrar à deriva, morto, podendo constituir um perigo para a navegação e que as autoridades competentes foram de imediato avisadas.
Apesar de não descartarmos esta possibilidade, dado o intenso tráfego que existe por esta altura na nossa costa e igualmente na Ria Formosa e sabendo que os golfinhos-comuns são uma espécie bastante social e curiosa, a necropsia apontou para uma morte traumática mas sem revelar qualquer indício de abalroamento.
Resta-nos apelar ao bom-senso, tanto dos turistas como dos residentes no Algarve que estão de férias. O objetivo é comum a todos, mas devemos parar para pensar que estamos sobrexplorar o habitat de muitos seres vivos que acabam por mudar os seus comportamentos em função dos nossos!
Agradecemos mais uma vez à Autoridade Marítima Nacional, neste caso específico à Polícia Marítima de Olhão, por nos ter facultado a deslocação à ilha e pela colaboração no terreno.
Julho “arrojado” para a equipa RAAlg
Desde o início da monitorização dos arrojamentos na costa algarvia que se denota uma tendência para um aumento dos mesmos no Verão. Este ano, e considerando o passado mês de julho, o padrão mantém-se, com um considerável número de animais arrojados nas nossas praias.
A espécie com maior frequência de arrojamentos neste último mês foi o golfinho-comum (Delphinus delphis), 6 exemplares, seguindo-se a tartaruga-comum (Caretta caretta), 3 exemplares. Registámos ainda o arrojamento de uma baleia-anã (Balaenoptera acutorostrata) e de alguns outros animais para os quais não nos foi possível determinar com exatidão a espécie a que pertenciam, devido ao seu avançado estado de decomposição.
O aumento do número de golfinhos-comuns arrojados na nossa costa pode estar associado ao aumento da disponibilidade de sardinha (Sardina pilchardus) nesta época do ano, uma das suas presas favoritas. Uma vez que o esforço de pesca é também superior nesta altura, a interação entre estes animais e as artes de pesca é mais frequente, pelo que se verifica um maior número de capturas acidentais. Esta é uma das causas de morte mais frequentes para este grupo de mamíferos marinhos e a que tem merecido maior atenção e preocupação dadas as repercussões ambientais e económicas. Outros estudo e ensaios de mitigação continuam a ser desenvolvidos em projetos paralelos da Universidade do Algarve (ver também https://www.ualg.pt/projeto-europeu-desenvolve-estrategias-para-reduzir-captura-acidental-de-cetaceos) no sentido de reduzir esta mortalidade, bem como os prejuízos para os pescadores.
É altura de reforçar o agradecimento a todas as entidades envolvidas no nosso “arrojado” mês de julho e que contribuíram para que o nosso trabalho fosse possível de concretizar, pois sabemos que esta é uma época bastante trabalhosa para todos na nossa região.
Autoridade Marítima Nacional
(Polícia marítima de Olhão, Faro, Tavira, Lagos e Portimão)
I.S.N - Instituto De Socorros A Náufragos (Ilha da Armona e Praia de Porto de Mós, Lagos)
Município de Lagos (Câmara Municipal e Proteção Civil)
Algar
Ambiolhão, EM
Taviraverde - Empresa Municipal de Ambiente E.M.
Fagar


