No passado dia 4/04, foi registado o arrojamento de uma baleia-de-barbas da espécie Balaenoptera
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Arrojamento de baleia-anã na Praia da Mareta (Sagres)

Resultados dos arrojamentos na costa algarvia - 1º trimestre de 2025
Estes foram os resultados dos arrojamentos mortos, correspondentes ao 1° trimestre do ano 2025

Arrojamento de roaz juvenil na Praia de Monte Gordo
No dia 11/03/2025, arrojou na Praia de Monte Gordo, um golfinho-roaz (𝘛𝘶𝘳𝘴𝘪𝘰𝘱𝘴 𝘵𝘳𝘶𝘯𝘤𝘢𝘵𝘶𝘴), também
Outras notícias
Julho “arrojado” para a equipa RAAlg
Desde o início da monitorização dos arrojamentos na costa algarvia que se denota uma tendência para um aumento dos mesmos no Verão. Este ano, e considerando o passado mês de julho, o padrão mantém-se, com um considerável número de animais arrojados nas nossas praias.
A espécie com maior frequência de arrojamentos neste último mês foi o golfinho-comum (Delphinus delphis), 6 exemplares, seguindo-se a tartaruga-comum (Caretta caretta), 3 exemplares. Registámos ainda o arrojamento de uma baleia-anã (Balaenoptera acutorostrata) e de alguns outros animais para os quais não nos foi possível determinar com exatidão a espécie a que pertenciam, devido ao seu avançado estado de decomposição.
O aumento do número de golfinhos-comuns arrojados na nossa costa pode estar associado ao aumento da disponibilidade de sardinha (Sardina pilchardus) nesta época do ano, uma das suas presas favoritas. Uma vez que o esforço de pesca é também superior nesta altura, a interação entre estes animais e as artes de pesca é mais frequente, pelo que se verifica um maior número de capturas acidentais. Esta é uma das causas de morte mais frequentes para este grupo de mamíferos marinhos e a que tem merecido maior atenção e preocupação dadas as repercussões ambientais e económicas. Outros estudo e ensaios de mitigação continuam a ser desenvolvidos em projetos paralelos da Universidade do Algarve (ver também https://www.ualg.pt/projeto-europeu-desenvolve-estrategias-para-reduzir-captura-acidental-de-cetaceos) no sentido de reduzir esta mortalidade, bem como os prejuízos para os pescadores.
É altura de reforçar o agradecimento a todas as entidades envolvidas no nosso “arrojado” mês de julho e que contribuíram para que o nosso trabalho fosse possível de concretizar, pois sabemos que esta é uma época bastante trabalhosa para todos na nossa região.
Autoridade Marítima Nacional
(Polícia marítima de Olhão, Faro, Tavira, Lagos e Portimão)
I.S.N - Instituto De Socorros A Náufragos (Ilha da Armona e Praia de Porto de Mós, Lagos)
Município de Lagos (Câmara Municipal e Proteção Civil)
Algar
Ambiolhão, EM
Taviraverde - Empresa Municipal de Ambiente E.M.
Fagar



Arrojamentos de golfinhos na praia de Faro e praia do Garrão
Após alguns dias mais calmos, com arrojamentos menos frequentes e com maior concentração nas tarefas de laboratório, no final da tarde de terça-feira, 13 de julho, a equipa RAAlg recebeu o contacto do piquete da polícia marítima de Faro. Tratava-se de um arrojamento de um golfinho na praia de Faro, perto da ponta Este da ilha, também conhecida como Barrinha. A equipa prontamente se deslocou ao local, contudo o animal havia sido levado pela maré, conseguindo ainda ser avistado a alguns metros da costa. Na manhã seguinte foi-nos reportado um novo alerta relativo ao mesmo animal, que voltou a arrojar num local próximo do anterior.
Tratava-se de uma fêmea adulta de golfinho-comum, Delphinus delphis, com aproximadamente 2 metros de comprimento que apresentava evidências internas e externas de trauma, sendo a causa de morte associada à interação com artes de pesca.
No mesmo dia, ao final da tarde a equipa recebeu um novo alerta a reportar um arrojamento de mais um golfinho comum na praia do Garrão em Almancil, Loulé. Devido ao avançado estado de decomposição do animal não foi possível realizar uma necrópsia completa e pormenorizada, tendo sido apenas registados os dados biométricos do mesmo e recolhida uma a amostra de material biológico para estudos de genética.
A equipa RAAlg gostaria de agradecer a notável ajuda das entidades envolvidas nestes dois eventos, as quais deram os alertas, permitiram deslocações ao terreno e cederam instalações para realização de necrópsia, nomeadamente ao piquete da polícia marítima de Faro, à equipa da FAGAR, empresa responsável pela limpeza das praias do concelho de Faro, e ainda à equipa de nadadores-salvadores da praia do Garrão.


Visita da ARROJAL à RAAlg
Na passada sexta-feira, dia 2 de julho, a RAAlg recebeu nas suas instalações uma equipa de colegas da Rede de Arrojamentos do Alentejo (ARROJAL) para um dia de formação intensiva. Esta equipa recém-formada pretende reforçar o apoio à Rede Nacional de Arrojamentos, sendo a sua área de atuação toda a costa alentejana, desde a margem norte da ribeira de Odeceixe até Tróia.
Ao longo da formação foram necropsiados dois golfinhos comuns, Delphinus delphis, e uma tartaruga comum, Caretta caretta, que haviam arrojado recentemente na costa algarvia e que foram reservados para o efeito. Para que a formação fosse ainda mais completa e pormenorizada, contámos também com a participação da Doutora Maria Casero, veterinária e diretora clínica do RIAS (Centro de Recuperação e Investigação de animais selvagens), que nos deu uma visão mais abrangente das possíveis patologias associadas a estas espécies, o que contribui para uma avaliação mais precisa e rigorosa no que respeita às possíveis causas de morte que podem afetar estes animais. Assim, a causa de morte associada aos cetáceos foi, em ambos os casos, captura acidental em redes de pesca, e para a tartaruga marinha a causa de morte não foi possível de determinar, embora o animal apresentasse boa condição física e conteúdo estomacal abundante, o que sugere uma morte traumática.
Gostaríamos de agradecer este dia de partilha de conhecimentos a todos os intervenientes, especialmente à Doutora Maria Casero que, sem dúvida, acrescentou muito à nossa formação, bem como à equipa da ARROJAL pela confiança no nosso trabalho e pela partilha de fotos. Trabalhamos em conjunto para um bem comum, aprofundando o conhecimento sobre espécies marinhas protegidas, tais como cetáceos e tartarugas marinhas ao longo da costa continental Portuguesa.

