A contaminação dos oceanos por resíduos de plástico, é uma das principais ameaças para a vida
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Ingestão de plástico por tartarugas-marinhas

Visita de grupo de investigação chinês às instalações da RAAlg
No final de abril, a Associação para a Conservação da Vida Aquática do Boto do Yangtzé de Nanjing

Participação na 36ª Conferência da European Cetacean Society
Na passada semana, o nosso coordenador de terreno e aluno de doutoramento, Jan Hofman, marcou
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Cachalote-pigmeu (Kogia breviceps)
Na passada sexta-feira, dia 05/05/2023, a RAAlg foi informada da presença de um animal arrojado na Praia de Monte Clérigo, concelho de Aljezur.
Tratava-se de um cachalote-pigmeu (Kogia breviceps) macho, adulto, com pouco mais de 3 metros de comprimento total. Esta espécie é rara na nossa costa, sendo este o quarto indivíduo detetado desde que há registos de arrojamentos na costa algarvia. O animal foi examinado e submetido a necrópsia, contudo a causa de morte não foi apurada por falta de evidências que nos permitissem tirar conclusões.
Esta espécie pertence à família Kogiidae, da qual faz parte também o cachalote-anão (Kogia sima). De entre as semelhantes com o cachalote (Physeter macrocephalus) e embora pertençam a famílias distintas, podem destacar-se a cabeça de formato quadrangular na qual está contido o órgão do espermacete, além de uma barbatana dorsal pequena proporcionalmente à dimensão ao corpo. Relativamente a características específicas, apresenta uma boca bastante peculiar semelhante à de um tubarão, exibindo dentes aguçados distribuídos apenas pela maxila inferior. Uma outra particularidade prende-se com o facto de possuir um saco nos intestinos o qual contém um fluido vermelho-escuro que é expelido quando o animal se sente ameaçado, atuando como mecanismo de defesa. Distribuem-se por todos os mares temperados, tropicais e subtropicais, contudo devido aos seus hábitos e adaptações a zonas mais profundas da coluna de água, sendo conhecidos como grandes mergulhadores, o pouco que se conhece acerca desta espécie resulta da análise de animais arrojados. Alimentam-se sobretudo de cefalópodes, crustáceos e alguns peixes de profundidade.

Alerta de captura acidental por pescador
Na manhã da passada sexta-feira, dia 21/04/2023, a RAAlg foi informada da presença de uma tartaruga-comum (Caretta caretta) já morta, capturada de forma acidental, a bordo de uma embarcação de pesca, ao largo de Monte Gordo.
O alerta foi-nos dado pelo próprio pescador da embarcação, Sr. Adriano Rosa, que, consciente da importância da colaboração entre cientistas e setor pesqueiro na conservação das espécies e na preservação dos seus habitats, se disponibilizou para fazer o transporte para terra e a entrega do animal à nossa equipa.
É de salientar que, em situações desta natureza, apesar da causa de morte ser conhecida, a análise minuciosa ao animal e a realização da respetiva necrópsia permitem aprofundar o conhecimento sobre a espécie.
Deixamos o nosso agradecimento público ao Sr. Adriano Rosa, pela sua atitude de preocupação e empenho na resolução dos problemas associados à pesca, e também o nosso reconhecimento à equipa de Vigilantes da Natureza, do Instituto de Conservação da Natureza do Parque Natural da Ria Formosa, pelo apoio que nos tem prestado ao nível de transporte e de acesso aos animais arrojados ao longo dos últimos meses. Este apoio tem sido, sem dúvida, um facilitador do nosso trabalho.

RAAlg marca presença na ECS 2023
Durante esta semana a RAAlg esteve presente na 34.ª Conferência da Sociedade Europeia de Cetáceos (European Cetacean Society; ECS 2023), em O Grove, na Galiza, Espanha. A equipa apresentou três trabalhos, em formato de poster, intitulados por " Benefits of having a regional stranding network: the case study of RAAlg, the Algarve Stranding Network in Southern mainland Portugal”, “What a ball of nets in a bottlenose dolphin, Tursiops truncatus, stomach can tell?” e “First insights on differential bycatch risk of bottlenose dolphins (Tursiops truncatus) off the southern Iberian coast”, promovendo e partilhando assim alguns dos resultados do trabalho desenvolvido.
A contribuição científica da RAAlg foi mais além, uma vez que participamos em outros 6 trabalhos também apresentados durante a conferência, sendo eles duas apresentações orais lideradas pelo Instituto Gulbenkian da Ciência e uma outra liderada pelo Observatoire PELAGIS-Universidade de La Rochelle, uma short talk conduzida pelo IIM-CSIC (Institute of Marine Research, Spanish National Research Council), um poster apresentado pela empresa marítimo turística Ocean Vibes e um poster da ONG galega CEMMA (Coordinadora para o Estudo dos Mamíferos Mariños). A participação na ECS 2023 foi muito importante na medida em que estivemos em contacto, de forma mais próxima, com colegas de outras redes regionais em Portugal e muitos outros cientistas nacionais e internacionais que realizam trabalhos nas áreas da conservação, ecologia e biologia de cetáceos.
