No passado dia 8, arrojou na Praia de Faro, um boto (𝘗𝘩𝘰𝘤𝘰𝘦𝘯𝘢 𝘱𝘩𝘰𝘤𝘰𝘦𝘯𝘢).
Uma vez que se encontrava numa zona remota e de difícil acesso aos meios de remoção, apesar de todos os esforços, a remoção do animal foi impossível de realizar, de forma célere.
A configuração topográfica da costa algarvia é bastante complexa, o que traz alguns desafios e limitações à remoção dos animais arrojados.
A zona ocidental do Algarve, o barlavento algarvio, a qual inclui a oeste parte da Costa Vicentina (entre Odeceixe e Sagres), é maioritariamente composta por escarpas imponentes que cobrem praias de difícil acesso ou até mesmo inacessíveis. Já a sul, existem também imensas praias inacessíveis por terra. Por outro lado, no sotavento algarvio, zona mais oriental do Algarve, os desafios prendem-se com a existência de ilhas barreira, dentro do Parque Natural da Ria Formosa, as quais dificultam o acesso e impossibilitam a remoção dos animais.
No caso do referido boto, o animal foi analisado e posteriormente enterrado numa zona próxima ao local do arrojamento, numa operação articulada entre a Polícia Marítima de Faro, a Proteção Civil de Faro, o Município de Faro, o ICNF e a equipa da RAAlg.
Este procedimento é efetuado apenas em algumas situações específicas e por motivos sanitários, ambientais ou logísticos, após avaliação e tomada de decisão pelas entidades competentes. A escolha do local deve prever a não contaminação das zonas afetas, pela decomposição do cadáver, assim como garantir que o enterro é feito longe de áreas onde a erosão ou as marés possam expor novamente o cadáver e evitar zonas sensíveis e de proteção como as dunas.
Gostaríamos de agradecer as todas as entidades envolvidas na resposta a este arrojamento, pois só assim foi possível efetuar o levantamento de informação completo acerca deste animal, garantindo, em simultâneo, todas as medidas de segurança e saúde pública adequadas.