De forma a aceder aos animais arrojados, a equipa da RAAlg enfrenta por vezes alguns desafios. Um dos principais desafios refere-se à geomorfologia da costa algarvia, que pode ser bastante complexa. A zona ocidental do Algarve, mais conhecida por barlavento algarvio e a qual inclui parte da Costa Vicentina (entre Odeceixe e Sagres) é maioritariamente composta por escarpas imponentes que cobrem praias de difícil acesso ou até mesmo inacessíveis. Nestas, a remoção dos animais arrojados torna-se, por vezes, impossível de realizar. Já no sotavento algarvio, zona mais oriental do Algarve, os desafios prendem-se com a existência das Ilhas Barreira da Ria Formosa. O acesso aos animais arrojados nestes locais pode tornar-se dificultado, uma vez que a deslocação às mesmas carece da disponibilidade de embarcações. Em algumas situações, nomeadamente em arrojamentos de animais de grande porte, a remoção torna-se impossível de concretizar, dada a inexistência de meios de transporte adequados. Outro dos desafios enfrentados refere-se à grande afluência de pessoas em algumas praias do Algarve, principalmente nos meses de verão. Os cetáceos e as tartarugas-marinhas despertam grande curiosidade nos turistas, que tendem a formar grandes aglomerados junto dos mesmos, na tentativa de registar o momento. Esta concentração de pessoas junto à costa, retarda muitas vezes o processo de remoção uma vez que impossibilita a passagem dos meios necessários e/ou dificulta a realização das manobras no terreno. Contudo, é nestas alturas que a necessidade de remoção célere se torna crucial, de forma a evitar prejuízos para a saúde pública.
Gostaríamos de fazer um agradecimento a todas as entidades públicas e privadas que nos auxiliam no terreno, permitindo que consigamos ultrapassar todos estes desafios, nomeadamente ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e aos piquetes da Polícia Marítima dos Comandos do Sul.