A contaminação dos oceanos por resíduos de plástico, é uma das principais ameaças para a vida
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Ingestão de plástico por tartarugas-marinhas

Visita de grupo de investigação chinês às instalações da RAAlg
No final de abril, a Associação para a Conservação da Vida Aquática do Boto do Yangtzé de Nanjing

Participação na 36ª Conferência da European Cetacean Society
Na passada semana, o nosso coordenador de terreno e aluno de doutoramento, Jan Hofman, marcou
Outras notícias
1º Mysticeti do ano a arrojar na costa algarvia
Na passada segunda-feira, dia 21 de março, a equipa da Rede de Arrojamentos do Algarve deu resposta ao arrojamento de uma baleia-anã, na Praia dos Alemães, em Albufeira. Este foi o primeiro arrojamento do ano, no que respeita a baleias de barbas.
A baleia-anã é o rorqual de menor porte pertencente à subordem taxonómica Mysticeti (cetáceos com barbas), embora possa atingir os 10 metros de comprimento. Apresenta um corpo alongado e uma cabeça pontiaguda. A sua coloração varia entre cinzento-escura na região dorsal e branca no ventre e flancos. A barbatana dorsal é proeminente, mas de pequena dimensão proporcionalmente ao corpo e as barbatanas peitorais apresentam uma mancha branca, característica da espécie. A sua boca possuí barbas, em vez de dentes, as quais usa para se alimentar, filtrando a água e retendo o alimento. A alimentação desta espécie é variada, podendo incluir pequenos crustáceos, cefalópodes e peixes de cardume. Geralmente são animais solitários, podendo aglomerar-se em alturas de migração e reprodução. Distribuem-se por ambos os hemisférios, podendo ocorrer tanto em águas oceânicas como costeiras.
Os avistamentos desta espécie nas proximidades da costa continental portuguesa são bastante frequentes e durante todo o ano, o que leva a crer que poderão já existir aqui, núcleos residentes. É a espécie de baleia de barbas mais abundante na nossa costa e, consequentemente, a que mais arrojamentos tem registado.
A baleia-anã arrojada no início desta semana, era um animal juvenil com cerca de 3.5 metros e apresentava um cabo a estrangular a maxila inferior, o que indicava uma interação recente com uma arte de pesca. No estômago o animal continha alguns sacos de plástico o que poderia vir a constituir um problema, caso o animal não tivesse morrido desta forma. De referir que a captura acidental e o lixo marinho são dos fatores antropogénicos mais relevantes no que se refere às causas de morte dos cetáceos a nível mundial, sendo o primeiro, a principal.

Os animais do nosso poster aos olhos das crianças
Desafiámos os alunos da EB1 de Marchil (2º ano), a ilustrar a sua espécie preferida do nosso poster. Os resultados foram estas verdadeiras obras de arte!
Relembramos que o poster de “Golfinhos, Baleias e Tartarugas marinhas do Algarve” pode ser descarregado gratuitamente aqui, na nossa página, seguindo os passos: Menu - Espécies Frequentes - Poster Cetáceos e Tartarugas marinhas.
Este poster foi idealizado pela equipa RAAlg e elaborado com todo o pormenor científico por um ilustrador e biólogo perito em estudos com espécies marinhas protegidas. (©Tokio)
A lista total de espécies é baseada em arrojamentos para a área (Algarve), desde que há registo, assim como em informações de avistamentos de espécies que nunca arrojaram, mas que foram observadas em águas costeiras por empresas de atividade marítimo-turística (ex: Baleia-azul, Baleia-de-bryde, Orca e Falsa-orca).

RAAlg e a literacia dos oceanos
Apesar da RAAlg ter como objetivo principal, dar resposta a arrojamentos de animais marinhos (cetáceos e tartarugas marinhas) mortos, a nossa equipa tem apostado, paralelamente, em ações de comunicação para várias faixas etárias, para as quais tem sido solicitada.
O envolvimento da comunidade, através destas ações interativas, não só serve como meio de divulgação do nosso trabalho, dando conhecimento aos demais da nossa existência, como também tem uma componente de sensibilização e consciencialização ambiental.
Nestas ações, onde tentamos que todos participem de forma ativa, pretendemos fomentar a literacia dos oceanos, mostrando a importância da existência de todas as espécies e de cada uma em particular no equilíbrio do ecossistema. Abordamos também os principais problemas que os animais marinhos enfrentam, especificando aqueles que afetam, atualmente, os cetáceos e as tartarugas-marinhas e que, cada vez mais, os levam à morte, sendo os principais de cariz antropogénico (e.g. captura acidental em artes de pesca, lixo marinho, poluição química e sonora).
As últimas ações realizadas nos meses de fevereiro e março passaram por atividades com turmas de 1º ciclo de uma escola de Faro (EB1 de Marchil) e outra do concelho de Lagos, esta última decorrida no centro de Ciência Viva de Lagos, no âmbito do projeto Escola Ciência Viva. Mais recentemente, foi realizada uma atividade muito animada para idosos na Associação Nossa Senhora dos Navegantes (A.N.S.N) da Ilha da Culatra, a convite do Instituto da Conservação da Natureza (ICNF) e o seu programa 3ª Onda. Agradecemos os convites e a oportunidade vivenciar estas experiências de partilha mútua de conhecimentos. Fomos muito bem recebidos e acarinhados e prometemos voltar.
É tão importante desenvolver um bom trabalho como ter a oportunidade de o partilhar!
